A operação de limpeza na extensão da rua Americana, no entorno do Aeroporto Estadual Doutor Leite Lopes, foi finalizada nesta sexta-feira, 2 de fevereiro. O prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) acompanhou a força-tarefa.
O tucano foi acompanhado do administrador regional do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) – autarquia vinculada à Secretaria Estadual de Logística e Transportes –, Álvaro Cardoso Júnior, do secretário de Obras Públicas e Infraestrutura, Pedro Luiz Pegoraro, e do coordenador da Defesa Civil municipal, Renato Catita. Eles foram para vistoriar o trabalho e organizar as próximas ações.
“Para a internacionalização do Aeroporto Leite Lopes é necessário começar a investir no local, e o primeiro deles é cuidar da limpeza e segurança de todo seu entorno”, diz Nogueira. O local encontra-se limpo. S0mente nesta sexta-feira foram recolhidos o referente a oito viagens de 12 metros cúbicos de entulhos e recolhidos três viagens de cinco metros cúbicos de inservíveis.
“Durante os quatro dias, a Coordenadoria de Limpeza Urbana retirou 252 metros cúbicos de entulho, ou seja, 28 viagens de caminhão basculante, três viagens de cata-trecos e executou roçada ao longo dos 5,5 quilômetros de extensão da rua”, diz Pegoraro.
Álvaro Cardoso Júnior explicou a Nogueira que a cerca elétrica que será instalada no local já está em processo de licitação e, assim que o trâmite for finalizado, a medida de segurança discutida durante as reuniões no Palácio do Rio Branco será efetivada. “A terceira cerca que será eletrificada percorrerá o perímetro inteiro do Leite Lopes”, explica.
A força-tarefa foi criada para cumprir uma das determinações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que ameaça suspender 22 voos noturnos a partir de 17 de março – o prazo para regularização vence no dia 16. Outras ações que envolvem as secretarias municipais de Saúde (SMS), Assistência Social (Semas) e Educação (SME) ainda vão acontecer.
O secretário ainda explicou que medidas de segurança também estão no cronograma, como a ampliação do número de câmeras. “Em época de férias, as crianças soltam pipas, o que é extremamente perigoso. Chegou a um momento em serem apreendidas cerca de 300 pipas por dia”, esclarece. Álvaro Cardoso Júnior já havia dito ao Tribuna que encaminharia um relatório à Anac mostrando que todas as providências exigidas foram implementadas ou serão concluídas dentro do prazo de 30 dias.
No dia 15, a agência baixou uma resolução proibindo voos noturnos de passageiros no aeródromo a partir de 17 de março se as três exigências não forem cumpridas em 30 dias. O documento já foi enviado à agência e a expectativa é que a portaria seja anulada na semana que vem. Segundo Cardoso, é improvável que o aeroporto seja proibido de operar à noite.
Segundo o diretor regional, as três medidas solicitadas pela Anac tratam da questão de invasão da área do Leite Lopes – já houve casos em que crianças invadiram a pista. A única medida pendente, segundo Cardoso Júnior, é a instalação e eletrificação de uma segunda cerca, na parte interna do Aeroporto Leite Lopes, ao longo de 5.400 metros da avenida Thomaz Alberto Whatelly, ruas Americana e Pouso Alegre e avenida Brasil.
O alambrado já foi instalado – custou R$ 280 mil. Falta energizar o item de segurança. Ele diz que esse serviço deve custar entre R$ 700 mil e R$ 800 mil. A voltagem vai aumentar de acordo com a altura da cerca – embaixo, o choque será menor. Se alguém insistir em saltar o alambrado e encostar na parte mais alta, o choque será bem maior.
A segunda medida – que já foi adotada – exigia a extração de 220 árvores que facilitavam a transposição do alambrado. Localizadas perto da cerca do aeroporto, eram utilizadas como “escadas” pelos invasores, que se apoiavam nos galhos para pular o alambrado. “Essa remoção foi feita pela prefeitura em 2017, terminou em setembro do ano passado”, informa Cardoso Júnior.
Por fim, a terceira providência exigida pela Anac trata de ações coordenadas com a prefeitura, que começaram nesta semana, mas em especial no período das férias escolares, pois as crianças e adolescentes representam mais de 95% dos casos de invasão. De acordo com levantamento do aeroporto, em janeiro de 2017 ocorreram 17 ocorrências de invasão.
Em fevereiro, apenas uma. De março a junho não houve nenhuma. Em julho, período de férias escolares, foram 29. Em agosto apenas uma. De setembro a outubro não houve ocorrências. Em novembro foi registrado um caso e, em dezembro, novamente com as crianças em férias, mais 24 ocorrências de invasão. Segundo o Daesp, 97% das invasões estão relacionadas a menores pulando a cerca atrás de pipas.