EXCLUSIVO
O executivo do Grupo Aché, um dos maiores fabricantes de fármacos da América Latina, Adalberto Dellape Baptista, será o responsável pela composição de um grupo de empresários para transformar o futebol do Botafogo em uma Sociedade Anônima. A articulação está sendo encaminhada junto aos investidores por Gustavo Vieira de Oliveira, filho do ex-jogador Sócrates – e que até recentemente foi diretor-executivo do Santos.
A proposta de transformação em Sociedade Anônima, anunciada com exclusividade pelo Tribuna, será apresenta ao Conselho Deliberativo na próxima segunda-feira (5), em reunião extraordinária no estádio Santa Cruz, a partir das 19h30. Se aprovada, vai à assembleia-geral em data ainda a ser conhecida. Se obtiver sucesso, o processo seria finalizado em três meses, já durante o Campeonato Brasileiro da Série C. O patrimônio do Botafogo não estará incluído nessa nova proposta de gestão, mas deverá beneficiar também as categorias de base.
Em um primeiro momento, o capital será fechado, isto é, não teria ações na Bolsa de Valores, situação que poderá ser alterada no futuro. Com a transformação em Sociedade Anônima, o Botafogo terá aporte financeiro para fazer frente às suas constantes dificuldades de recursos. “Do jeito que está fica cada vez mais difícil honrar os compromissos”, diz uma fonte do Santa Cruz. “Tudo isso será explicado, em minúcias, ao Conselho”, completou.
Para poder chegar a essa condição, vários passos foram dados como, por exemplo, a adesão ao ProFut, ao Refis e ao Ato Trabalhista, além do encerramento da ação com o Banco Axial, que perdoou uma dívida de R$ 50 milhões do Botafogo, contraída em 1999, desde a gestão de José Carlos Brunoro.
Todo o processo de ajuste e equacionamento das dívidas tributárias e trabalhistas ficou sob a responsabilidade do ex-presidente, Miguel Mauad Neto, que hoje integra um grupo de ex-presidentes formados por Luis Pereira e Rogério Barizza, e pelo presidente atual, Gerson Engrácia para conduzir o futebol do clube à Sociedade Anônima.
Adalberto Baptista já foi diretor-executivo do São Paulo, cargo hoje ocupado por Raí, tio de Gustavo. A informação, também já antecipada pelo Tribuna, é a de que o Tricolor do Morumbi também estaria em fase de transformação do futebol em Sociedade Anônima.
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