Entre os e-mails que anexou na quarta-feira (28) ao processo do sítio de Atibaia (SP), o empresário Marcelo Odebrecht indicou que a empresa teria relação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e teria, inclusive, pagado despesas dele, entre elas reformas no sítio, palestras e a compra de um terreno para ser sede do Instituto Lula, que também é alvo de uma ação da Operação Lava Jato. Nas mensagens, executivos do grupo fazem referência ao “amigo de meu pai” e ao “cliente”.
Pelo contexto dos 43 e-mails apresentados e também pelas informações apresentada nas delações, “amigo de meu pai” seria Lula, mas o nome do ex-presidente não é citado,
As mensagens indicam ainda que o ex-presidente tinha conhecimento de uma conta corrente de propinas mantida pelo grupo Odebrecht em nome do ex-ministro Antonio Palocci.
A defesa do ex-presidente nega ter recebido qualquer benefício da Odebrecht. “O ex-presidente jamais solicitou ou recebeu da Odebrecht ou de qualquer outra empresa algum benefício ou favorecimento”, afirma a defesa em nota.
Em um extrato de uma conversa por e-mail, de junho de 2011, com Luiz Antonio Mameri, ex-diretor da Odebrecht Infraestrutura na América Latina e em Angola, o empresário sugeriu reserva sobre a relação da empreiteira com “italiano”. “Italiano” é um codinome para Palocci, segundo as delações da Odebrecht.
Na conversa, Odebrecht ainda ressalta que havia um acerto, sem especificar qual era, com Palocci e Lula, não com o PT. “Qd [quando] mencionar ao amigo de BJ que o acerto do evento foi com Italiano/ amigo de meu pai, e não com PT, “Qd [quando] mencionar ao amigo de BJ que o acerto do evento foi com Italiano/amigo de meu pai, e não com PT, importante não mencionar nada sobre minha conta corrente com Italiano pois só ele e amigo de meu pai sabem”.