Tribuna Ribeirão
Política

PUBLICIDADE EM PONTOS DE ÔNIBUS – Vereador denuncia exploração irregular

O vereador Marcos Papa (Rede Sustentabilidade) vai pro­tocolar nesta sexta-feira, 2 de mar­ço, uma representação no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em que pede providências quanto à continuidade da exploração de publicidade em pontos de parada de ônibus de Ribeirão Preto. O contrato foi suspenso no ano passado por supostas irregula­ridades, mas a empresa contra­tada pelo Consórcio PróUrba­no, a Mídia Pool, entrou com recurso junto à prefeitura

“Se é ilegal a exploração co­mercial, se a própria Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto) lançou edital de chamamento público buscando empresas interessadas, como continua a exploração co­mercial nos pontos? Por que a prefeitura não providenciou ela própria a remoção dessas propa­gandas?”, pergunta o vereador.

Segundo o Diário Oficial do Município (DOM) de 16 de ja­neiro, a Transerp receberá, até 16 de março, estudos de viabilidade técnica e de potencial econômico para exploração de propaganda e publicidade nos espaços disponí­veis em abrigos nos pontos de pa­rada de ônibus urbanos da cidade – são 3.030, segundo o documen­to de Procedimento de Manifesta­ção de Interesse (PMI) nº 01/2018.

A iniciativa da prefeitura de Ribeirão Preto é o primeiro passo para a concessão do direito de ex­plorar a publicidade nos pontos de parada de ônibus, algo que nos úl­timos anos vinha sendo feito pelo Consórcio PróUrbano, com base em uma autorização emitida em 2014 pelo então secretário muni­cipal da Administração, Marco Antônio dos Santos, cancelada no ano passado.

De acordo com o Procedi­mento de Manifestação de Inte­resse, as pessoas físicas ou jurídicas interessadas no serviço devem entregar requerimento de auto­rização para apresentação dos estudos junto à Transerp, na rua General Câmara nº 2.910, Jardim Presidente Dutra, Zona Norte, até 16 de fevereiro.

O edital completo (169 pági­nas) pode ser retirado das oito às 12 horas e das 13h30 às 17h30, na sede da Transerp (ao custo de R$ 20) ou, sem ônus, no endereço ele­trônico www.ribeiraopreto.sp. gov.br/transerp. Ao cancelar o contra­to com o PróUrbano, em outubro do ano passado, o atual secretário da Administração, Ângelo Pessi­ni Júnior, disse que a autorização concedida na gestão Dárcy Vera (sem partido) era irregular.

Ele também avisou que pode pedir o ressarcimento do valor arrecadado com o serviço pelo PróUrbano, que terceirizou a ex­ploração da publicidade dos pon­tos de embarque e desembarque de passageiros. O consórcio teria vendido propaganda em cerca de 600 pontos (entre 500 e 700), se­gundo Marcos Papa, presidente da Comissão Parlamentar de Inqué­rito (CPI) do Transporte.

Ele diz que o grupo pode ter arrecadado até R$ 48 milhões em quatro anos – R$ 12 milhões por ano –, mas o PróUrbano já infor­mou, inclusive em depoimento de diretores à própria CPI, que a empresa terceirizada obteve R$ 2,3 milhões no período, R$ 45,7 milhões a menos – aproxima­damente R$ 575 mil por ano. O grupo também pediu a abertura de inquérito ao MPE para provar que o valor real é bem menor ao divulgado pela CPI.

Atualmente, segundo o PMI da Transerp, a cidade conta com 3.030 pontos de ônibus, sendo 2.192 sem abrigo e 838 com algum tipo de cobertura ou duplo – 304 com modelo “Ribeirão Preto”, 179 com modelo “Barcelona”, 264 de concreto e 91 de diversos modelos.

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