Em entrevista à imprensa após cerimônia que formalizou a sua ida para a reserva, o general Antônio Hamilton de Mourão fez críticas à intervenção no Rio de Janeiro e à classe política. “O general Braga Netto (interventor no Rio) não tem poder político, é um cachorro acuado e não vai conseguir resolver dessa forma”, disse Mourão, que ficou conhecido por, entre outras polêmicas, defender intervenção militar no País. “É uma intervenção meia-sola”, emendou ele, acrescentando que todos, inclusive o governador do Estado, deveriam ser afastados. “Se é intervenção, é intervenção. Já que há o desgaste, vamos nos desgastar por inteiro.”
Questionado se achava que a intervenção não daria certo, ele respondeu: “Poderemos até reorganizar a Segurança Pública, que é a tarefa principal. O Rio de Janeiro é o Estado do crime organizado. Tem o colarinho branco e o ladrão de celular, e os dois níveis estão representados.”
O general Mourão disse ainda que não será candidato a cargo eleitoral, apenas à presidência do Clube Militar. No entanto, prometeu ajuda ao deputado Jair Bolsonaro, que é pré-candidato ao Planalto, em ações de planejamento. “Se tiver que subir no palanque, eu subo”, prometeu.
Mourão justificou que não pretende se candidatar, alegando que o “quadro político-partidário é fragmentado”. “Não sou melhor do que ninguém, mas falta substância aos partidos. O único capital que tenho é o moral. E a estrutura hoje mostra a fragilidade do regime que vivemos.”
Ele prosseguiu dizendo que a moral e a virtude foram “enxovalhadas”. “As pessoas entram na política não para servir, mas para se servir. Esse é o recado. Se não mudar, esse País não tem futuro.”