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TRANSPORTE POR APP – Nogueira promete reavaliar decreto

Cerca de 40 motoristas de carros do transporte individual por aplicativos (apps) – Uber, WillGo, Cabify, 99Pop.. – des­cobriram que o prefeito Du­arte Nogueira Júnior (PSDB) participaria de um evento na Faculdade Armando Álvares Penteado (Faap), no Alto da Boa Vista, na Zona Sul de Ri­beirão Preto, e aguardaram a saída do chefe do Executivo na noite desta quinta-feira, 22 de fevereiro, para protestar contra o decreto que regulamentou a atividade. O tucano desceu do carro, ouviu o grupo e se com­prometeu a avaliar as reivindi­cações da categoria.

A conversa foi pacífica, mas praticamente todos os moto­ristas fizeram questão de gra­var o diálogo com o prefeito com seus celulares. As prin­cipais queixas dos motoristas de aplicativos são a cobrança de taxa de 1% a 2% por cor­rida e a exigência de o veícu­lo estar no nome do condutor – muita gente usa o carro de parentes ou até alugam auto­móveis para trabalhar.

Nogueira ouviu os moto­ristas e concordou que eles re­únam todas as reivindicações e entreguem ao governo em um único documento. “Eu prome­to me reunir com minha equi­pe técnica – especialmente a Empresa de Trânsito e Trans­porte Urbano de Ribeirão Pre­to (Transerp) – para avaliar as reivindicações do setor”, frisou o tucano. Apesar da derrota na Câmara na última terça-feira (20), os motoristas saíram mais confiantes da “reunião informal” que tiveram no esta­cionamento da faculdade.

Na terça-feira, dia 20, em uma sessão bastante confusa e com a galeria do plenário lo­tada por taxistas e motoristas de transporte individual re­munerado por apps, a Câmara rejeitou, por 13 votos a onze, o projeto de decreto legislativo de autoria de Gláucia Bere­nice (PSDB) que pretendia suspender o do Executivo, publicado há duas semanas, que regulamenta o transporte por aplicativos em Ribeirão Preto. faltou um voto favorá­vel à proposta da tucana para derrubar o decreto executivo – maioria absoluta.

Na quinta-feira da semana passada, 25 vereadores endos­saram a proposta da tucana, mas a pressão dos taxistas pe­sou e parte dos parlamentares mudou de lado. O decreto do prefeito “regulamenta o uso do sistema viário urbano de Ri­beirão Preto para exploração de serviço de transporte indi­vidual privado remunerado de passageiros intermediado por plataformas digitais gerencia­das por provedores de redes de compartilhamento”.

Traduzindo, a prefeitura de Ribeirão Preto regulamentou a atividade de transporte indi­vidual privado remunerado de passageiros através de aplicati­vos. O decreto traz uma série de exigências, entre as quais o cadastramento na Transerp, com uma taxa de duas mil Uni­dades Fiscais do Estado de São Paulo (Ufesps, cada uma vale R$ 25,70 em 2018, total de R$ 51,4 mil), mais 800 (R$ 20,56 mil) na renovação anual.

A empresa responsável terá de bancar seguro por acidente pessoal de passageiros no valor de R$ 100 mil. Se tiver sede, fi­lial ou escritório de representa­ção em Ribeirão Preto, terá se repassar à Transerp 1% ao mês da arrecadação total com via­gens. Caso não tenha, esse per­centual sobe para 2% ao mês. Os motoristas terão de utilizar carros com até oito anos de fa­bricação e os veículos terão de estar no nome dos motoristas.

Os taxistas comemoraram. A categoria reluta quanto o assunto é concorrência. Há quase 30 anos Ribeirão Preto tem o mesmo número de táxis (384), apesar de a população ter crescido 49,5%, de 456,2 mil pessoas em 1990 para 682,3 mil no ano passado, se­gundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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