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UPA DO SUMAREZINHO – TJ/SP veta votação de projeto

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) julgou improce­dente o recurso impetrado pela Secretaria Municipal de Negó­cios Jurídicos, manteve a decisão da juíza Mayra Callegari Gomes de Almeida, da 1ª Vara da Fa­zenda Pública de Ribeirão Preto, de 9 de novembro, e decidiu que a Câmara não poderá votar o projeto que autoriza a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) a fe­char convênio com organizações sociais (OSs) para terceirizar a mão de obra no setor. A multa em caso de desobediência é de R$ 1 milhão.

A sentença desta segunda-fei­ra, 19 de fevereiro, joga um balde de água fria nos planos do prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) e do secretário Sandro Scarpelini, que aguardam a aprovação da pro­posta para assinar convênio com a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência (Faepa) – gestora do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – e inaugurar a Unidade de Pronto Atendimen­to do Sumarezinho (UPA da rua Cuiabá), já que a prefeitura não pode contratar profissionais por causa da Lei de Responsabilida­de Fiscal (LRF). Mas a batalha não terminou.

Na última sexta-feira (16), pre­feito e secretário voltaram a dizer que pretendem entregar a UPA do Sumarezinho no primeiro se­mestre deste ano – o prédio onde atendia a Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) da Zona Oeste está pronto desde outubro de 2016 e recebeu investimento de R$ 1,3 milhão. O Executivo ainda pode recorrer. Nesta segunda-feira (19), por meio de nota, a administração disse que ainda não foi notificada e vai aguardar antes de anunciar qual decisão será tomada.

O principal entrave para inau­guração da UPA é a contratação de mão de obra, que será terceiri­zada porque a prefeitura não pode admitir médicos, enfermeiros, atendentes e afins por causa da LRF. A previsão é que a unidade de porte III, com capacidade para atender 500 pacientes por dia, seja equipada e inaugurada no primei­ro semestre de 2018, se a Câmara aprovar o projeto das OSs. Os cus­teios estão estimados em R$ 1,8 milhão por mês, sendo R$ 300 mil provenientes do governo federal e o restante do município. São ne­cessárias 60 pessoas para compor o corpo clínico, mas o total de fun­cionários pode passar de 200.

Em 10 de novembro, a prefei­tura entrou com um recurso no TJ/SP na tentativa de derrubar a liminar obtida pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto (SSM/RP), mas o desembar­gador Leme de Campos, da 6ª Câ­mara de Direito Público, rejeitou o pedido – o mérito só foi julgado nesta segunda-feira.

Na ação, o departamento jurídico do sindicato demons­trou que o parecer da Comissão de Justiça e Redação – a popular Comissão e Constituição e Justiça (CCJ) – da Câmara já havia apon­tado inúmeros vícios de constitu­cionalidade no projeto das OSs. A entidade sindical diz, ainda, que o conteúdo fere os interesses da co­munidade e os princípios do Sis­tema Único de Saúde (SUS).

Scarpelini defende o projeto lembrando que mais de 100 or­ganizações sociais administram Ambulatórios Médicos de Es­pecialidades (AMEs) e unidades hospitalares em todo o estado de São Paulo. A CCJ da Câmara nem colocou a proposta em vo­tação.

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