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Energia: um desafio

Em função do déficit energético mundial, a procura por novas matrizes, tecnologias limpas, conservação de energia e redução de consumo estão cada vez mais em voga, principalmente nos países ditos indus-trializados.

A corrida para novas conquistas energéticas foi incrementada a partir das décadas de sessenta e setenta do século passado, quando as guerras no Oriente Médio fizeram o preço do petróleo atingir valores que ultrapassaram os patamares econômicos da época. Aliada a este problema, a política ambiental mundial, cada vez mais fortalecida, inicia o combate à poluição e ao “efeito estufa”, ambos causados por utilização de combustível fóssil em exagero. Assim, ambos os problemas, o econômico e o ambiental, vêm contribuindo para que novas conquistas de tecnologia energética surjam no planeta.

Atualmente, com o preço do barril de petróleo atingindo valores elevados e a ratificação de diversos Protocolos ambientais, muitos projetos energéticos estão sendo desengavetados. Um deles, muito ambicioso, envolvendo cerca 21bilhões de dólares, é a obtenção de energia elétrica por meio da “Fusão Nuclear” que diferentemente da “Fissão Nuclear” utilizada por praticamente todos os reatores do mundo, inclusive os de Angra dos Reis aqui no Brasil, não produz lixo radiativo, rejeito este que até o momento ninguém sabe qual a destinação final a lhe dar, apesar de ser extremamente perigoso à vida.

Nas décadas passadas, alguns cientistas deram publicidade a experiências com a fusão nuclear a frio, o que não foi adiante por uma série de erros experimentais. Tal fenômeno é o mesmo que produz a energia provinda do sol e o mega – projeto que está sendo desenvolvido recebeu o nome de “ITER – REATOR TERMONUCLAR INTERNACIONAL EXPERIMENTAL, tendo sua sede no sul da França, após uma batalha diplomático científica com o Japão, reunindo os sócios da União Européia, Rússia, Japão, Estados Unidos e Coréia do Sul, e não estará concluído, antes de três décadas.

Venho, por outro lado, defendendo há anos a tese de que apenas países ricos, de pequena área, que tenham exaurido seus recursos naturais, deveriam implementar a energia nuclear como matriz comercial, razão pela qual considero uma temeridade o Brasil ampliar as “usinas Angra da vida”.

Não basta a este país ter potencial hídrico para serem montadas pequenas hidrelétricas, modelo que demonstra muito maior eficiência em relação aos mastodontes tipo Itaipu e Belo Monte? Há sol praticamente nos 365 dias do ano, no entanto, a energia solar é pouco ou quase nada utilizada ainda, e quando o é, são aqueles de maior poder aquisitivo que o fazem! Os ventos dominantes, particularmente no sul e no litoral nordestino, permitem a utilização de energia eólica, até agora tímida e insipientemente aproveitada. E o álcool combustível com quase uma centena de produtos de sub-produtos de química fina dele extraído que, hoje em sua maioria, é importada? O nascente biodiesel que pode utilizar nossas imensas áreas agricultáveis com a esperança que não se assemelhe ao moribundo “Pró-álcool”, de tão triste memória, está aí devendo ser tratado com carinho por um programa que impeça que em seu nome ocorra o desmatamento. Até o lixo, que em sua decomposição libera metano, pode ser utilizado como matriz energética.

As idéias estão aí; com a palavra os pesquisadores e as autoridades a favor do meio ambiente e contra o apagão…

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