Tribuna Ribeirão
Política

Pedido de Lula ‘não faz o menor sentido’, diz Moro

O juiz federal Sérgio Moro negou nesta quinta-feira, 15, à defesa do ex-presidente Lula suspender uma perícia em andamento sobre sistemas de propina da Odebrecht. A Po­lícia Federal está vistoriando o “Drousys” e o “MyWebDay”, da empreiteira, em ação penal so­bre suposta propina do grupo ao petista, no âmbito da Ope­ração Lava Jato.

O “Drousys” é um sistema de informática para comuni­cação do setor de propinas da empreiteira. O “MyWebDay” é um software desenvolvido pela empreiteira para gerenciar con­tabilidade paralela.

O advogado Cristiano Za­nin Martins, que defende Lula, queria que Moro barrasse a pe­rícia até que o Ministério Públi­co Federal prestasse esclareci­mentos sobre o “MyWebDay”. A defesa suspeita de fraude ou manipulação no sistema.

Na decisão, Moro afirma que “a perícia foi determinada exatamente em decorrência dos questionamentos preté­ritos da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva acerca da auten­ticidade dos documentos ex­traídos do sistema e juntado aos autos”.

“A pretensão da Defesa de suspensão da perícia por sus­peita de fraude não faz o menor sentido”, anotou o magistrado.

Lula e outros 12 investi­gados são réus. A Operação Lava Jato atribui a Lula vanta­gem indevida de R$ 12,5 mi­lhões da Odebrecht, por meio de um terreno que abrigaria o Instituto que leva o nome do ex-presidente – R$ 12 milhões – e uma cobertura vizinha à residência do petista em São Bernardo de R$ 504 mil.

Além da suspensão da pe­rícia, a defesa de Lula havia solicitado que, “após eventual retomada dos trabalhos peri­ciais, seja concedido às defesas de prazo igual àquele conce­dido ao Setor Técnico do De­partamento de Polícia Federal para análise e manifestação acerca do laudo pericial de­corrente do trabalho de alta complexidade desenvolvido pela equipe de peritos oficiais daquele órgão”. Segundo o ad­vogado do petista, até o mo­mento, a perícia já levou “100 dias de análise”.

Sérgio Moro afirmou que vai avaliar o pedido de exten­são “após a apresentação do laudo” da perícia.

Este processo é um dos três em que Lula foi acusado pela Lava Jato, no Paraná. No caso triplex, o petista foi con­denado a 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado, por corrupção e lavagem de dinheiro, pelo Tribunal Regio­nal Federal da 4ª Região (TRF- 4). O ex-presidente responde ainda a uma ação penal sobre reformas no sítio de Atibaia.

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