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Vereadores querem suspender Decreto que regulamenta Uber em Ribeirão

Os 26 vereadores que com­pareceram à sessão da Câmara nesta quinta-feira, 15 de feverei­ro – apenas Elizeu Rocha (PP) faltou –, assinaram um projeto de decreto legislativo que sus­pende os efeitos do decreto nº 29, baixado pelo prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) e publi­cado na Diário Oficial do Muni­cípio (DOM) de sexta-feira (9). O tucano havia regulamentado “o uso do sistema viário urbano para exploração do serviço de transporte individual privado re­munerado de passageiros inter­mediado por plataformas digi­tais gerenciadas por provedores de redes de compartilhamento”.

Traduzindo, a prefeitura de Ribeirão Preto regulamentou a atividade de transporte individual privado remunerado de passagei­ros através de aplicativos (app’s) – Uber, WillGo, Cabify, 99Pop, Easy Táxi e Four Táxis, por exem­plo. O decreto traz uma série de exigências, entre as quais: o cadas­tramento na Empresa de Trânsito e Transporte Urbano (Transerp), com uma taxa de duas mil Uni­dades Fiscais do Estado de São Paulo (Ufesps, cada uma vale R$ 25,70 em 2018, total de R$ 51,4 mil), mais 800 (R$ 20,56 mil) na renovação anual.

A empresa responsável terá de bancar seguro por acidente pessoal de passageiros no valor de R$ 100 mil. Se tiver sede, filial ou escritório de representação em Ribeirão Preto, terá se repassar à Transerp 1% ao mês da arrecada­ção total com viagens. Caso não tenha, esse percentual sobe para 2% ao mês. Os veículos poderão ter no máximo oito anos de uso. Segundo Marco Antonio Di Bo­nifácio, o “Boni” (Rede Sustenta­bilidade), o decreto baixado pelo prefeito é inconstitucional por regulamentar não uma lei muni­cipal, mas uma federal.

Ele argumenta que a prefei­tura deveria ter encaminhado à Câmara um projeto de lei com­plementar para que o debate fosse o mais amplo possível, e só após a aprovação o Executivo pode­ria regulamentar a atividade. O decreto, que entrou em regime de urgência especial e deve ser votado já na próxima terça-feira (20), tem o apoio de motoristas do Uber. Vários deles estiveram na sessão de ontem.

Segundo Elmo Albuquerque Lins Junior, o decreto do prefeito não foi debatido com represen­tantes do aplicativo. “Aqui em Ribeirão Preto temos apenas um ponto de apoio aos motoristas, não temos escritório, e a infor­mação que nos foi passada é que em nenhum momento o texto do decreto teve o aval do Uber”, diz.

Elmo Júnior pede tratamento igual a motoristas de aplicativos e taxistas. “O decreto manda que repassemos para a Transerp de 1% a 2% da receita, e nós já pa­gamos 25% para o Uber. Estão exigindo carros com até oito anos de uso e que estejam em nome do motorista. É uma série de exigên­cias que tornam quase inviável nosso trabalho”, argumenta.

Segundo ele, o decreto baixa­do pelo prefeito de Ribeirão Pre­to é bastante semelhante ao que a prefeitura de São Paulo tentou emplacar – mas que foi modifi­cado em cerca de 60% depois que o tema passou a ser discutido na Câmara da capital. “Queremos que a questão venha a ser deba­tida na Câmara Municipal, com a nossa participação”, completa Elmo Júnior.

A regulamentação também abrange aplicativos de táxi. A Transerp diz que vai proporcio­nar relações de benefícios para todas as partes: as empresas de aplicativos que estarão formal­mente seguras, os motoristas que terão a garantia de continuarem prestando seu serviço, os taxis­tas que vão ter uma concorrên­cia sadia e com regras claras e a população que contará com um serviço fiscalizado e de qualida­de. Ribeirão Preto tem 384 con­cessões de táxi e um sem-núme­ro de motoristas de app’s – já se falou em 1,5 mil, dois mil, mas a quantidade deve ser menor.

De acordo com Antonio Car­los de Oliveira Júnior, superinten­dente da Transerp, o serviço con­tará com o acompanhamento do poder público proporcionando mais transparência a essa moda­lidade de serviço. “Vários pontos debatidos nas reuniões estarão in­cluídos no decreto que o prefeito Duarte Nogueira assinou, a exem­plo do período de fabricação do veículo, a identificação visível da provedora do aplicativo e a neces­sidade de os motoristas passarem por um curso de formação”, desta­ca o superintendente.

 

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