Proprietário sonha em conhecer e abraçar o “homem do Baú da Felicidade”: Ele montou um bar “temático” e já pensou até em se vestir de mulher para participar das caravanas
Muita gente procura fazer o impossível para encontrar ou homenagear seus ídolos. O ribeirão-pretano Dênis Calefe, de 42 anos, é uma dessas pessoas. Ele é fã de Silvio Santos e seu maior sonho é abraçar o “homem do Baú da Felicidade”. A admiração pelo apresentador também virou negócio. Comerciante, ele montou um bar em homenagem ao dono do SBT. “Não sei como isso começou. Minha irmã fala que quando eu tinha sete anos ela me chamava para ir ao Ipanema (clube da cidade), mas eu preferia ficar vendo o Sílvio Santos na TV”, diz.
Há cerca de um ano e meio, Dênis Calefe deixou a profissão de garçom para montar um bar, o “Buteco do Sílvio Santos”. Claro que o bar ficou temático. Fotos, frases, lembranças, enfim, tudo que lembra Senor Abravanel – nome verdadeiro de Silvio Santos – está lá. “Só não sirvo o prato que ele mais gosta de comer, que é arroz, feijão, bife e batata frita, porque ainda não tenho uma cozinha que possa servir refeições. Ah, também não tem sorvete, a sobremesa que ele mais gosta. Mas no bar, cardápio, mesa, cadeira, tudo tem algo que lembra o Silvio Santos ou os artistas da casa (SBT)”, explica.
Dênis Calefe diz que admira Silvio Santos pela honestidade e carisma. “Na verdade, eu gosto de tudo nele. Mas ele é o mais honesto. Um homem íntegro. Você vê, ele tem o Baú da Felicidade há quantos anos e nunca ninguém falou ou denunciou que era malandragem. A Tele Sena também. Ele deveria ter sido eleito presidente da República, com certeza teria feito algo de bom para o país. Já em carisma, ninguém é mais carismático que ele. Ele é o professor do carisma”, ressalta.
Faixa, internet e abraço ao muro
Para tentar chegar mais perto de Sílvio Santos, Dênis Calefe anda com camisa e faixa que mencionam o sonho. Ele conta que durante as férias com a família, no Guarujá, ficou andando pelas avenidas principais da cidade, na orla, pedindo para que as pessoas fizessem fotos e selfies e compartilhassem nas redes sociais.
“Tava todo mundo curtindo a água e eu curtindo o meu sonho. Minha ideia era que as fotos fossem vistas por um grande número de pessoas, quem sabe até pelo Sílvio ou pela Patricia Abravanel, e isso de alguma forma fizesse ele me chamar”, conta. Mas até agora não deu certo.
Em uma dessas abordagens, uma turista lhe informou que Silvio Santos tinha uma casa no Guarujá. Dênis Calefe não pensou duas vezes, caminhou por três horas até chegar à mansão. “Fiquei rodeando, acho que os seguranças perceberam e foram ver o que se tratava. Expliquei e o caseiro me disse que depois que o Sílvio tinha construído um hotel na cidade, não aparecia mais na mansão. Fazia dois anos que ele não aparecia”, diz.
“Mas fiquei feliz em abraçar o muro da casa do Sílvio Santos, foi o mais perto que cheguei”, conta. O comerciante diz ainda que o caseiro lhe contou uma história que serve de incentivo. Segundo o caseiro, Abravanel era pobre e vendia canetas na rua, mas olhava para a mansão e pensava que um dia ela seria dele. Contou ainda que quando Sílvio Santos ficou rico, a mansão foi a primeira coisa que ele comprou. “Ele realizou o sonho, quem sabe não realizo o meu”, compara.
“As pessoas me perguntam por que eu não vou com as caravanas e participo da gravação do programa. É porque só entram mulheres. Até pensei em me vestir de mulher para entrar, vê-lo de perto e dar o abraço. Mas achei melhor não (risos)”, finaliza. O Boteco do Silvio Santos fica na rua Luiz Barreto nº 1.431, nos Campos Elíseos, em Ribeirão Preto.
Fotos Alfredo Risk