O Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp) registrou 58 casos de furtos e oito tentativas em poços artesianos e reservatórios no ano passado, um total de 66 ocorrências, mais de cinco por mês, mais de uma por semana. Apenas o prejuízo com fios e equipamentos chega a R$ 728.901,45 somente em cabos e equipamentos furtados e danificados. Neste valor não estão inclusos o custo da mão de obra e os prejuízos no abastecimento causado à população. São cerca de R$ 11,5 mil por unidade – dependendo do caso pode chegar a R$ 80 mil.
A situação não mudou neste início de ano. Segundo os dados do Daerp enviados ao Tribuna pela assessoria de imprensa, em janeiro já foram registrados seis furtos. A superintendência da autarquia comunica que está oficializando a Guarda Civil Municipal (GCM), Polícia Militar e Polícia Civil para que intensifiquem as rondas e ações no entorno dos poços e reservatórios para reduzir o número de ocorrências. Diz, também, que em 2017 foram reforçados os sistemas de segurança dos equipamentos e cabos no sentido de inibir a ação dos ladrões.
Para este ano estão previstos investimentos da ordem de R$ 3 milhões para instalação de sistemas de alarme e monitoramento nos poços do Daerp. Também estão sendo contratados mais 22 operadores de sistema de bomba para aumentar o número de unidades com funcionários 24 horas.
Em 2016, foram furtados 56 unidades em Ribeirão Preto. Em novembro, em uma iniciativa dos promotores Naul Felca e Luis Henrique Pacini, o Ministério Público Estadual (MPE) lançou uma operação para coibir o furto e receptação de fios e cabos de transmissão de energia. A fiscalização encontrou cabos elétricos que podem ter sido roubados em alguns estabelecimentos que negociam sucata. A suspeita é que o material tenha sido vendido pro usuários de drogas.
O Daerp também acredita que vários furtos estão sendo feitos por bandos especializados porque eles desligam a energia e retiram os equipamentos com precisão. Segundo a Polícia Civil, a maioria dos crimes é cometida por usuários de drogas, que revendem o material a preços baixos para sustentar o vício. Enquanto isso, a população é prejudicada, uma vez que o recurso é distribuído por um sistema de bombeamento.