O Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp) lança na manhã desta quinta-feira, 25 de janeiro, um mutirão para consertar 1.747 vazamentos de água em todas as regiões da cidade. Batizado de “Viva Água Vida”, a força-tarefa tem prazo de 30 dias para efetuar todos os reparos – média de quase 60 por dia. Os trabalhos terão início às 8h30 de hoje, na rua Manoel de Macedo nº 1.836, no Parque Ribeirão Preto, na Zona Oeste, com a presença do superintendente da autarquia, Afonso Reis Duarte.
Segundo o departamento, a região tem um dos maiores número de vazamentos: foram identificados 329 pontos, sendo 160 nas ruas e 169 em calçadas. Durante os 30 dias do programa não haverá interrupção dos trabalhos, segundo a autarquia. O Daerp tem 13 equipes somente para esse tipo de serviço. Elas estarão nas ruas nos finais de semana e até no carnaval.
O objetivo é diminuir consideravelmente o número de vazamentos na cidade e reduzir o tempo de espera para a realização dos reparos, que hoje varia de quatro a cinco meses. Reis Duarte diz que a meta é realizar serviço em uma semana, no máximo dez dias .
Em 2017, o Daerp conseguiu reduzir as perdas físicas de água em 11,25% – caíram de 40,10% em dezembro de 2016 para 37,36% em setembro do ano passado. Houve uma redução de 4,74 pontos percentuais, que representa uma queda na perda de água de 594,5 milhões de litros por mês.
Este volume é suficiente para abastecer mensalmente uma cidade de 104.482 habitantes, semelhante a Sertãozinho, levando em consideração o consumo médio do Brasil, que é de 187 litros por habitante/dia. O Daerp está fazendo o acompanhamento mensal das perdas no sistema para levantar o resultado das ações que estão sendo implantadas na cidade e que já começam a apresentar resultados concretos.
Em 2016, as perdas reais do sistema foram de 42,10% da produção. O Daerp já foi cobrado pelo Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) para reduzir as perdas para 20%, mas a meta apresentada ao Ministério Público Estadual (MPE) é de redução para 32% até 2021. De acordo com a autarquia, Ribeirão Preto possui atualmente 192.024 ligações de água.
Devido à “operação tartaruga” deflagrada no final do ano passado por funcionários da autarquia, insatisfeitos com a indefinição sobre o prêmio-incentivo – extinto pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) e reposto graças a uma alteração no Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) –, a média diária de reparos de vazamentos caiu de sete em julho para três em dezembro.
A juíza Roberta Steindorff Malheiros Melluso, da 1ª Vara da Fazenda Pública e Ribeirão Preto, adiou de 11 de janeiro para o final de fevereiro a audiência de conciliação entre diretores do Daerp e os promotores Ramon Lopes Neto e Cláudia Habib, do Gaema. No encontro seria discutida a ação judicial impetrada em 2014 pelo MPE que prevê punições à autarquia em caso de desabastecimento de água na cidade.
A magistrada definiu que a audiência será realizada dentro de 45 dias. A decisão atende a uma solicitação do perito judicial para a conclusão do laudo sobre os relatórios apresentados pelo daerp sobre o abastecimento em Ribeirão Preto. A autarquia vai entrar com novo recurso junto ao desembargador Antônio Tadeu Ottoni, relator do processo no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP).
Na medida cautelar, a magistrada havia estipulado prazo de 48 horas para o Daerp regularizar 100% do abastecimento público, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Também proibiu a perfuração de novos poços de captação em caso de descumprimento e determinou o abastecimento com caminhões-pipa esse novos problemas fossem detectados. A autarquia diz que a ação foi impetrada pelo MPE em 2014 e que já cumpre a decisão judicial, sobretudo, porque não há falta d’água generalizada em Ribeirão Preto.