Pipocas, clones de números e a São Silvestre
O ano de 2017 terminou nas corridas de rua com a maior prova brasileira, a São Silvestre. E terminou reacendendo a chama de uma discussão antiga: os pipocas -, e aqui explico para os que não são do meio-, corredores que participam do evento sem pagar pela inscrição. Mais que isso, trouxe à tona uma prática que particularmente eu já percebia nas corridas, a clonagem de números.
A organização da São Silvestre, devido ao alto número de pipocas em 2016, tomou atitudes drásticas e reduziu esse número de corredores. O que era 50% passou para cerca de 10%, e ai estamos falando de uma corrida para mais de 30 mil pessoas.
Na prática deu certo, e os corredores pagantes aprovaram. Mas outras medidas, ainda mais duras, devem ser tomadas neste ano.
Mas o que mais mexeu e incomodou os organizadores, corredores e amantes do esporte foi o fato de um mesmo número de peito ser clonado e usado por dezenas de pessoas. O assunto rapidamente se espalhou pelas redes sociais com memes, acusações e opiniões diversas. E nem foi falado o fato de que tem atletas que fazem inscrições no nome de pessoas com mais de sessenta anos para pagar metade do valor, outra ilegalidade.
Minha opinião é do time contrário a esse tipo de artifício. E aqui não é uma opinião de quem organiza eventos esportivos e sente na pele esse tipo de malandragem, mas uma opinião de quem preza e defende comportamentos dentro da legalidade. Sim, também acredito que têm provas caras, mas penso que se eu não posso pagar, não vou. E se você que é a favor e já está ensaiando os velhos argumentos de que a rua é pública ou que leva a própria água, você está desinformado e equivocado sobre o tema, precisa um pouco mais de conhecimento, pois não é bem assim.
Acredito que outras provas deverão seguir o caminho da organização da São Silvestre, mas sei que isso não será o suficiente para acabar com esse problema.
Na São Silvestre, a organização decidiu por desclassificar e banir os fraudadores no cadastro da corrida e dos demais eventos da organização técnica. Vamos ver o que aguarda nos demais eventos, se a lição foi aprendida ou se não surtiu efeito algum.