Na metade do século XX, o Behaviorismo emergiu como paradigma dominante para entender o comportamento humano, permaneceu influente no campo da Psicologia por várias décadas. Como o nome sugere, tratava-se de uma tentativa de reduzir muitas explicações psicológicas sobre entendimento dos comportamentos observáveis, opondo-se à psicanálise, ou teoria psicodinâmica, a qual se preocupa com construtos mentais não observáveis, do tipo mente ou pensamento. Neste contexto, alguns behavioristas chegando, mesmo, a fugir de explicações sobre estes últimos, supondo que tal estratégia poderia tornar a Psicologia uma ciência tão robusta quanto a Biologia ou a Química. Em essência, a ciência da mente tornou-se a ciência do pensamento.
De acordo com os behavioristas, deveríamos parar de questionar “O que está dentro de uma pessoa que a faz atuar como atua?”, e começar, sim, perguntar “O que está no ambiente que faz uma pessoa atuar como atua?”. Desse modo, os behavioristas mudaram a fonte de comportamento da mente e da pessoa para a do ambiente, ou seja, para alguma coisa que poderia ser observada fisicamente. O ambiente podendo ser o aqui e o agora, tais como, a temperatura alta e baixa afetando as vestimentas que se usa. Todavia, o ambiente, com freqüência, refere-se às experiências passadas que têm levado à aprendizagem.
Para eles, todo comportamento atuante é função do ambiente presente e dos padrões de reforçamento do passado de uma pessoa. Personalidade sendo, então, a soma de todas as associações aprendidas, embora, estritamente falando, verifique-se que os behavoristas não utilizam a palavra personalidade referindo-se a tal, uma vez que esta se refere às estruturas mentais que governam o pensamento. Skinner, um dos maiores teóricos do behaviorismo, ao argumentar que tais estruturas constantes, ou estáveis, são ilusionárias, entendia que, se o comportamento pode potencialmente mudar dependendo do comportamento, então não há necessidade de quaisquer estruturas “internas” para influenciar este desfecho. Em outras palavras, diferenças individuais, que muitos chamam de personalidade, são, simplesmente, diferenças das histórias de vida das pessoas.
A teoria de Skinner para comportamento humano, frequentemente denominada behaviorismo radical, logo expandiu-se para o sistema filosófico e político, propondo que, em psicologia, qualquer coisa importante poderia ser investigada através da análise teórica e experimental dos determinantes do comportamento. Em essência, segundo esta teoria, os princípios da aprendizagem têm elevado impacto em vários contextos, como, por exemplo, o clínico e o organizacional.
A despeito de tal importante legado, entretanto, o enfoque comportamental estrito para explicação do comportamento humano foi considerado insustentável, com críticos pontuando que tal teoria não poderia, somente através da observação, explicar a aprendizagem que ocorre na ausência de reforçamentos e, tampouco, predizer comportamento futuro sem se referir aos estados internos como expectativa, crença e sentimento.
Assim considerando, a abordagem behaviorista moderada, surgida logo após, ressuscitou as variáveis não observáveis (memória, emoção e percepção) na personalidade, visando a expandir o escopo teórico e explanatório do behaviorismo. Ironicamente, porém, o behaviorismo, que buscou abolir os estados mentais internos da abordagem psicológica, impulsionou o paradigma da psicologia cognitiva e da teoria cognitiva social, as quais colocaram o estudo dos construtos mentais internos, não observáveis, no centro de sua teoria.