A ex-prefeita Dárcy Vera (sem partido) já chegou ao Fórum Federal na tarde desta sexta-feira (19), para depor em audiência da 7ª Vara Federal de Ribeirão Preto. Dárcy responde por crime de responsabilidade e dispensa indevida de licitação na contratação de uma empresa de publicidade para a edição de 2010 da prova da Stock Car na cidade. Na época, mais de R$ 40 mil pessoas lotaram as arquibancadas do autódromo improvisado na Zona Sul de Ribeirão para acompanhar a primeira corrida de automobilismo da categoria.
Nesta sexta-feira, a ex-prefeita também acompanha as audiências de outras sete testemunhas. O Ministério Público Federal (MPF) cobra R$ 2,5 milhões da ex-chefe do Executivo por ter repassado um contrato de publicidade para a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), que assinou com a Vicar Promoções Desportivas. A maior parte da verba veio do Ministério do Turismo (MTur) e a contratação deveria ter sido feita via licitação.
Ribeirão Preto sediou quatro etapas da Stock Car entre 2010 e 2014. No primeiro ano, o município e a União celebraram um convênio para ações de publicidade do município no evento: R$ 2 milhões foram repassados pelo governo federal e R$ 200 mil disponibilizados pela prefeitura. Para não correr o risco de perder outros convênios federais, como recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a prefeitura assinou um acordo em 21 de outubro de 2013, parcelando a dívida – corrigida em R$ 2,346 milhões – em 24 vezes.
Tremembé
Dárcy Vera está presa desde 19 de maio (há oito meses) na Penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba, sob a acusação de chefiar um esquema que desviou R$ 45 milhões dos cofres públicos de Ribeirão Preto – é acusada de receber propina de R$ 7 milhões, mas nega a prática de crimes e diz que vai provar inocência. Esta é a única ação penal da Operação Sevandija em que a ex-prefeita é ré.