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Em dois filmes um pouco de minha história

Muitas pessoas no mundo tem histórias parecidas com a minha que, simplesmente, não chegam até mim, mas como nada é por acaso, muita coisa aconteceu após as partidas de meus filhos e Deus vai, aos poucos, fazendo com que essas coisas entrem em minha vida, trazendo-me até um certo conforto.

Entre tantas coisas boas posso citar que quando da partida de meu filho Lucas Bueno, há doze anos, a cidade deu colo a mim e à minha esposa e até hoje continua dando. O que acontece no nosso dia a dia é algo de se parar e perguntar, mas como? A verdade é que acontecem no exato momento em que a gente mais precisa de uma mão no ombro e de uma palavra amorosa pra confortar nossos corações.

Eu em minha esposa Sônia Bueno temos duas amigas, Luciana e Andréa, ali na Farmácia Alecrim, que fica na rua Goiás quase na esquina com a rua João Ramalho. Nós fomos lá – não me lembro o porquê – e após longa conversa Luciana disse que tinha assistido a um filme que seria bom que assistíssemos, e nos presenteou com uma cópia.

O filme é “Minha vida na outra vida”, que quando termina vem na sequência inúmeros depoimentos atestando a veracidade da história contada. Vou contar o que lembro dele. A história se passa na Irlanda, começa tipo 70 anos antes e fala de um pai de família muito violento e beberrão. Todos os dias ele espancava a esposa e ela a tudo suportava. Os filhos iam defender a mãe e também eram espancados. A sofrida mulher, após dura agressão, faleceu.

Acontece mais alguma coisa que não me lembro e em seguida o filme recomeça nos dias atuais, nos Estados Unidos, mostrando um escritório de engenharia. A mulher, engenheira e arquiteta, trabalha com o marido, o casal tem um filho em idade de prestar vestibular e a vida deles é aquele corre-corre. Em meio a muitos projetos, ela tem visões de um lugar em que nunca esteve e nem sabia onde ficava. As visões foram acontecendo rotineiramente até que afloraram de uma forma bem próxima ao real.

Não lembro como ela descobriu tratar-se de uma pequena cidade na Irlanda, mas via uma velha igreja e seu entorno. Resumindo, descobriu qual era a cidade e foi com o filho até lá. Descobriu ser a reencarnação da mulher morta pelo marido violento. Esperta, pesquisou livros na igreja, foi ao cartório procurar informações e recebeu a notícia que três de seus filhos ainda viviam ali, já velhinhos.

A aproximação foi difícil, até porque eles, muito simples, não queriam acreditar, mas tudo terminou bem. A parte mais emocionante foi o encontro deles com a mãe, ela os abraçou com amor de mãe, uma mãe que foi embora muito cedo e agora volta com menos da metade da idade deles. Maravilhoso.

A história volta a se repetir para nós. Meu filho Paulo Bueno partiu dia 30 de junho e as coisas acontecendo… Eis que, no mês passado, no Clube de Regatas, uma senhora se aproximou de minha esposa para conversar e sugeriu que ela assistisse ao filme “Beleza oculta”, com Will Smith no papel principal. Ele é amado por seus sócios em uma agência de publicidade, eles tentam salvá-lo de seu estado depressivo por ter perdido uma filha de seis anos, as coisas vão acontecendo de uma forma muito linda.

No auge e seu desespero, o personagem deixa de comer, tenta o suicídio pelas ruas de Nova York, discute com Deus, escreve três cartas – uma para a morte, uma para o tempo e outra para o amor –, os amigos interceptam as cartas e contratam atores para representarem a morte, o tempo e o amor, tudo muito lindo.

A cena mais emocionante pra mim mostra o personagem de Will Smith na noite de Natal passando em frente a uma casa, para pra ver uma família reunida em volta da mesa, a neve caindo sobre seus ombros. As coisas começam a mudar e ele se vê numa reunião de pessoas que tiveram também a partida de seus filhos precocemente, muito lindo, até recomendo. Assim vamos vivendo e agradecendo a Deus, a Jesus por colocarem pessoas lindas em nossa caminhada.

Sexta conto mais.

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