Tribuna Ribeirão
Política

Temer afasta vices da Caixa

A Secretaria Especial de Co­municação Social da Presidência da República divulgou uma nota oficial nesta terça-feira, 16, infor­mando que o presidente Michel Temer determinou ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e ao presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, que afas­tem os vice-presidentes do banco por 15 dias. De acordo com a nota do Planalto, o prazo deter­minado é para que os executivos possam “apresentar ampla defe­sa das acusações”.

A Caixa informou que serão afastados os vice-presidentes Antônio Carlos Ferreira (Cor­porativo), Deusdina dos Reis Pereira (Fundos de Governo e Loterias), José Henrique Mar­ques da Cruz (Clientes, Negó­cios e Transformação Digital) e Roberto Derziê de Sant’Anna (Governo). Em depoimento à Polícia Federal, segundo o re­latório de investigação interna, Sant’Anna recebeu um e-mail do presidente Michel Temer, que à época estava na função de vice de Dilma Rousseff, sobre a in­dicação de um superintendente regional de Ribeirão Preto.

Conforme mostrou o Bro­adcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o Banco Central recomendou que a Caixa Econômica Federal afaste os 12 vice-presidentes da institui­ção por suspeitas de corrupção. O posicionamento era contrário à decisão do presidente Temer, que insistia em manter os dirigentes no banco público para evitar conflitos com partidos políticos que indi­caram os nomes para os cargos.

Oficialmente, o BC não co­menta o assunto. A informação foi confirmada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” com fontes do Ministério Público Federal (MPF), que também defende o afastamento. O MPF deu 45 dias para que a Caixa cumpra a reco­mendação de retirar os executi­vos do comando do banco. Os procuradores da Greenfield en­viaram ofício à procuradora-ge­ral da República, Raquel Dodge, que deve ser encaminhado ao presidente Temer, no qual alerta que Temer poderá ser respon­sabilizado por futuros crimes cometidos pelos VPs da Caixa a partir do dia 26 de fevereiro, pra­zo final dado pelo MPF para que o Planalto acate a recomendação.

Uma investigação indepen­dente contratada pela Caixa detectou casos de influência política no banco em ao menos quatro vice-presidências. O documento foi produzido pelo escritório Pinheiro Neto e será anexado aos processos relacio­nados ao banco para reforçar as denúncias contra políticos e ex­-funcionários que atuariam em favor de grandes empresas.

Esta semana, a Procuradoria da República do Distrito Federal entregou à 10ª Vara Federal em Brasília as alegações finais no processo sobre desvios na vice­-presidência de Fundos de Go­verno e Loterias, responsável pelo fundo de investimento do FGTS (FI-FGTS). O caso teve origem na Operação Sépsis, que prendeu o corretor Lúcio Bolonha Funaro, apontado como operador do ex­-deputado Eduardo Cunha e do PMDB da Câmara.

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