É fantástico o desenvolvimento econômico e técnico alcançado pela humanidade, em todos os setores, nos últimos tempos. O homem, através de novos conhecimentos, ampliou os seus domínios e sofisticou o processo produtivo, reduzindo custos e multiplicando resultados. A tecnologia adquirida permite viagens e observações interplanetárias enquanto, na terra, se colhem recordes de produção e da melhor qualidade! É tão grande a série de novos conhecimentos que os seres humanos alcançaram, até, notável ampliação nos anos de vida, vivendo mais e melhor!
É triste, porém, reconhecer: ao lado desse desenvolvimento econômico e técnico o mundo assiste – num indesejado contraponto – um expressivo retrocesso no respeito aos valores morais e espirituais. Há, em praticamente todos os países, uma grande crise moral. Em alguns como acontece, lamentavelmente, no Brasil, ela é maior, mas em todos é uma realidade. Deve-se ressaltar: essa crise moral, essa crise de caráter, não é privilégio de classe social ou econômica.
Basta acompanhar o noticiário da imprensa e facilmente veremos como a conduta ilegal, imoral, corrupta e inescrupulosa tem como agentes tanto pessoas pobres e analfabetas quanto ricos e letrados. Homens poderosos, administradores privados ou públicos, agem desonestamente na busca do enriquecimento às custas da Nação.
Nos dias atuais – e já me referi a esse aspecto diversas vezes – a grande regra é, sempre, levar vantagem, custe o que custar e a quem custar. E o pior é que, justamente pela falta de caráter, quem assim age chega a sentir orgulho das suas vitórias, das suas espertezas. Muitos outros sentem inveja destas “conquistas” e, certamente, fariam o mesmo, se tivessem oportunidades.
Aliás, em várias pesquisas de opinião, ficou claro: uma grande maioria, se tivesse oportunidades, buscaria o enriquecimento até mesmo praticando ilegalidades e imoralidades. Pensam que não estariam agindo de forma errada, mas sim sendo “espertos”. A esperteza deixou de ser vista, assim, na concepção dessas pessoas, não como defeito de caráter para ser uma qualidade, merecedora até de elogios: ”Fulano é esperto…”
Esse é o grande problema ora vivido pelo Brasil e por, praticamente, todos os países do mundo. O mais grave: essa crise de valores morais só incomoda quando atinge determinada que; esta, sim, reclama. Para os demais, a vida continua…
No Brasil, apesar da impunidade ser expressiva, pois muitos crimes são praticados sem a correspondente punição, os nossos presídios estão superlotados e, diariamente, o noticiário da imprensa fala das barbaridades cometidas por marginais.
Essa a realidade que precisa ser modificada. Não será tarefa de um dia, de um ano, de dez anos ou de toda uma ou mais gerações. Uma tarefa, ouso dizer, difícil; mas possível. Para isto é preciso uma autêntica revolução nas famílias, nas escolas e nas igrejas: um engajamento prioritário buscando recuperar a atual geração e preparar a próxima para conhecer, aceitar e viver uma vida baseada em valores morais e espirituais. Só dessa forma poderemos construir um mundo novo, de justiça social e de paz, onde o desenvolvimento econômico e tecnológico seja acompanhado, fundamentalmente, pelo desenvolvimento ético e moral.