Tribuna Ribeirão
Ciência e Tecnologia

10 mulheres que mais se destacaram na tecnologia em 2017

2017 pode, sem sombra de dúvidas, ser descrito como um ano desafiador, emocionante e, porque não dizer, decisivo no que tange o respeito e a igualdade para as mulheres. Só para se ter ideia, no começo, por exemplo, a Lista de Honras da Rainha revelou alguns nomes da indústria tech como Maggie Philbin, cofundadora e CEO da TeenTech e considerada uma das empresárias tecnológicas mais influentes do mundo; e também Debbie Forster, líder do grupo gerencial da iniciativa de diversidade Tech Talent Charter.

Dentre outros movimentos de destaque, pode-se ressaltar debates constantes levantados por profissionais através de artigos ou vídeos em veículos de comunicação como Computer Weekly e CNN, e por usuários de redes sociais sobre a importância da representatividade das mulheres e da comunidade LGBT, e também da diversidade e identidade (sexual e de gênero) na área tecnológica, cultural, artística – basta lembrar do ator Chris Pine em seu hilário monólogo de abertura no programa Saturday Night Live criticando a diversidade de atores em Hollywood –, etc.

Além disso, mais recentemente houve o #metoo, uma hashtag levantada pela atriz Alyssa Milano no Twitter para que as vítimas de assédio se pronunciassem sobre o tema, após a avalanche de acusações de cineastas que praticaram o ato hediondo em Hollywood. Por tabela, nesta onda de terríveis descobertas, mulheres do Vale do Silíciotambém compartilharam experiências infelizes de comportamento sexual inapropriado que passaram com o sexo masculino.

Estes são apenas alguns dos acontecimentos que moldaram 2017 e, apesar do Dia de Ada Lovelace (celebrado às segundas terças-feiras de outubro de cada ano) já ter passado, sempre é válido relembrar algumas das figuras femininas que mais se destacaram na indústria tech ao longo do ano – apenas 10 dentre as incontáveis e brilhantes mulheres que desafiaram as estatísticas da área. Sem mais delongas, eis a lista.

Sheryl Sandberg

Por 6 anos, Sandberg foi vice-presidente de vendas globais e operações online na Google e é a diretora de operações do Facebook desde 2008. Chegou a ser eleita como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2012, e no ano seguinte fundou o Lean In, uma ONG de nome homônimo ao de seu primeiro best-seller, que apoia o empoderamento das mulheres.

Em 2017, lançou seu segundo livro, Opção B, e recebeu a honra de entregar o discurso de formatura das turmas de Virginia Tech. Foi também convocada para dar o discurso de início do Instituto de Tecnologia de Massachusetts em Cambridge, em 8 de junho de 2018. Sandberg também se posicionou contra as proibições de viagem e as medidas anti-aborto levantadas por Donald Trump. Seu patrimônio líquido atualmente é de US$ 1,6 bilhão.

Archana Vemulapalli

Apesar de ter renunciado ao seu cargo recentemente, foi nomeada pela prefeita Muriel Bowser para ser a diretora de tecnologia em Washington DC, em janeiro de 2016. Desde então Vemulapalli tem sido creditada por conduzir uma ampla gama de projetos de tecnologia no distrito, o que inclui melhorar a posse de segurança cibernética do governo local, elaborar e defender uma política de cidades inteligentes equitativas e eficazes e, por fim, representar as vozes das mulheres na discussão nacional sobre diversidade e inclusão na indústria da tecnologia.

Entre seus projetos realizados nos últimos dois anos, o destaque fica por conta da iniciativa Smarter DC, cujo objetivo é incentivar a resiliência, a sustentabilidade, a igualdade e a transparência em toda a cidade, em especial para a próxima geração (seja esta técnica ou não), em todas as operações da cidade.

Del Harvey

Harvey é a chefe da Trust & Safety, empresa que visa a segurança dos usuários do Twitter, garantindo equilíbrio e o fluxo da plataforma e combatendo o abuso e o assédio na rede social. Um bom exemplo de seu trabalho foi quando, no meio do ano passado, a atriz Leslie Jones (do novo filme dos Caça-Fantasmasquase desistiu do Twitter ao receber uma série de insultos e ameaças. Apesar de a rede social ter lançado recentemente novos recursos destinados a reduzir o abuso na plataforma, impedindo que membros banidos retornem com outro nome de usuário; Harvey e seu time ainda precisam lutar constantemente contra esse tipo de comportamento.

Vale ressaltar que antes de juntar nesta árdua batalha da plataforma, a cabeça da companhia de segurança digital passou cinco anos cooperando legalmente com um grupo que luta contra a exploração infantil, onde trabalhou ao lado de agências que vão desde os departamentos de polícia locais, passando pelo FBI, EU Marshals e até mesmo o Serviço Secreto.

Susan Wojcicki

Com um currículo com empresas como Intel e a consultora Bain & Company, Wojcicki se destaca por trabalhar na Google desde 1999. Ao longo de suas cinco gravidezes, entre os projetos que ela participou estão os primeiros Google Doodle, o Google Imagens, o Google Books e também ferramentas de propagandas como o Adwords e o AdSense. Em 2014, ela se tornou presidente do YouTube e, neste ano, foi colocada na 6ª posição na lista das 100 mulheres mais influentes do mundo pela Forbes. No começo de 2017, anunciou a contratação de 10 mil funcionários para ajudar na moderação de comentários no YouTube. Seu patrimônio líquido até o momento é de US$ 410 milhões.

Nina Silva

Iniciou sua carreira como Consultora ERP SAP certificada e vem trabalhando com TI há pelo menos 15 anos, expandindo seu currículo com empresas como Petrobras, L’Oreal, Abengoa, Hasbro, dentre outros. Silva já gerenciou portfólios, rollouts e melhorias com vivência no exterior com grandes consultorias do segmento. Recentemente, fez parte do time de Gerenciamento de Projetos da Honda, como parte do SAP Global Committe, e foi responsável pela implementação do PMO (escritório de projetos) de TI da empresa. Também é membra honorária da Academia de Letras de Araçariguama e região, e líder voluntária do subcomitê de Inclusão de Mulheres Negras em Empresas do Grupo Mulheres do Brasil.

Wang Xiaoyu

Estudante da Universidade de Pequim, Xiaoyu trabalhou na Google até 2015, quando deixou seu prestigioso cargo na gigante de buscas. Chegou até mesmo a vender sua casa para iniciar uma empresa própria, a CastBox.fm., e, a partir desta companhia, o aplicativo CastBox foi criado. Considerado o YouTube dos áudios, a plataforma é um agregador de podcasts que, dentre muitas funcionalidades, possui um recurso incrível: o de transcrever conteúdos para áudio, desde podcasts populares até produções educacionais, como TED Talks, dentre outros. O serviço, já bastante popular na Europa e nos EUA, também possui uma espécie de “busca inteligente” (por enquanto, disponível apenas em Inglês), permitindo que o app encontre palavras-chave até mesmo dentro dos diálogos dos episódios de podcasts – mais de 50 milhões de conteúdos de áudio já suportam esta função. O CastBox também grava áudios e possibilita que seus usuários subam os conteúdos sem custo nenhum. Apesar da concorrência, o CastBox é o décimo aplicativo de notícias mais popular na América, e Xiaoyu já arrecadou, até o momento, US$ 16 milhões em investimentos.

Angela Ahrendts

Antes de se tornar vice-presidente de varejo da Apple (e por tabela a única executiva sênior da empresa da maçã); Ahrendts foi diretora-executiva da grife Burberry entre 2006 e 2014. Já foi listada incontáveis vezes entre as mulheres mais influentes do mundo e entre os empresários mais poderosos por diversos veículos. Ela também foi membro do conselho consultivo de negócios do primeiro-ministro britânico até 2016, e reportou possuir aproximadamente US$ 11 milhões de ações da Apple, faturando mais do que o CEO da companhia, Tim Cook.

Jini Kim

É filha de imigrantes sul-coreanos e tem um irmão autista que passou a vida na Medicaid, um programa de saúde social dos Estados Unidos para famílias e indivíduos de baixa renda. Por conta disso, em 2010, Kim começou sua própria empresa de análise de saúde. Chamada de Nuna, a companhia hoje é responsável pela eficácia com a qual a Medicaid vem tratando populações inteiras de pacientes. Curiosamente, Kim já havia sido gerente de produto para a Google Health, e, no final de 2013, foi convocada à Casa Branca para ajudar com o programa Healthcare.gov. Até o início deste ano, Nuna já havia arrecadado US$ 90 milhões.

Jasmine Lawrence

Lawrence tem apenas 26 anos e atua como gerente de uma equipe de engenharia da Microsoft que visa criar experiências sociais para jogadores como, por exemplo, o recurso de clubes na rede Xbox Live, além de dirigir a programação do HoloLens. Ela também é fundadora da Eden BodyWorks, empresa que fundou quando tinha apenas 13 anos, voltada a fabricação de produtos naturais para cabelo e pele. Fora isso, ela também gerencia seu próprio negócio. Este ano, por conta de sua experiência no setor de games, Lawrence foi selecionada para a lista anual da Forbes “30 Under 30”, que destaca pessoas inovadoras com menos de 30 anos.

Elizabeth Iorns

É uma ex-pesquisadora de câncer de mama que criou sua própria empresa, a Science Exchange, em 2011, uma espécie de mercado online que terceiriza experimentos científicos e está repleto de pesquisadores em seu time – e mais de 1.000 empresas. Iorns criou a companhia como forma de lidar com as frustrações que experimentou quando era uma PhD tentando trabalhar com colaboradores à distância, enquanto ela frequentava a Universidade de Miami. Além de atuar como presidente e diretora da Science Exchange, ela também trabalha como sócia por meio-período com a Y Combinator. Até o momento, ela já arrecadou US$ 58,5 milhões.

Menções honrosas

Alguns nomes, embora já constatados em diversas listas na internet e/ou de revistas, ainda valem serem mencionados. Dentre as principais figuras que merecem uma citação, estão:

  • Shanna Tellerman: cofundadora da Modsy;
  • Ginni Rometty: diretora-executiva da IBM;
  • Sallie Krawcheck: fundadora da Ellevest;
  • Ruth Porat: diretora financeira da Alphabet;
  • Mary Barra: presidente e diretora-executiva da General Motors;
  • Uhairah Washington: gerente geral da Uber;
  • Muriel Bowser: prefeita do Distrito de Columbia;
  • Ariane Parra: fundadora e diretora executiva da organização WomenUp Games;
  • Elizabeth Stark: cofundadora e diretora-executiva da Lightning Labs;
  • Whitney Wolfe Rebanho: cofundadora e ex-vice-presidente de Marketing do Tinder, e atualmente dona da Bumble.

Fonte: BBCComputer WeeklyCNNThe Washington PostWeLiveSecurityState ScoopTEDTech CrunchupwitForbes

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