A ocupação de espaços públicos não é feita apenas por comerciantes. Problemas sociais fazem com que moradores de rua utilizem praças e viadutos como moradias. Uma dessas situações poderia ter sido finalizada de maneira trágica. Uma família se estabeleceu no Viaduto Jandyra de Camargo Moquenco, sobre o córrego Retiro Saudoso, na ligação das avenidas Independência e Meira Júnior, local de grande fluxo de veículos. Os moradores fizeram divisórias, mas um incêndio destruiu tudo. Não houve feridos e não há informações de que o fogo tenha sido provocado acidentalmente ou intencionalmente.
Uma passarela, no início da Rodovia Atilio Baldo, que liga Ribeirão Preto a Sertãozinho, serve de abrigo para outro morador de rua, que montou um barraco no local. Em duas praças tradicionais da cidade, Francisco Schimidt, no Centro, e São Francisco, nos Campos Elíseos, há um grande número de pessoas nessa situação. No final de novembro, um deles foi morto esfaqueado, na avenida Saudade.
A reportagem do Tribuna entrou em contato com a Coordenadoria de Comunicação Social da Prefeitura questionado os últimos levantamentos da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) relacionados aos moradores de rua e ações previstas neste sentido, mas até o fechamento dessa edição não recebeu as informações solicitadas.
No início de novembro o Tribuna noticiou uma ação conjunta envolvendo órgãos públicos e terceiro setor. Trinta mesas com cadeiras foram espalhadas pela praça Francisco Schimidt, enquanto moradores de rua compartilhavam serviços oferecidos por voluntários, desde orientação jurídica a palestras relacionadas à saúde. Até o descarte de lixo foi discutido, uma vez que todos os dias são distribuídos dezenas de marmitex na praça e as embalagens descartáveis precisam ser acondicionadas em sacos de lixo.
Na ocasião, uma mulher e oito homens, decidiram deixar a praça e morar em uma casa abrigo. Também na oportunidade foi divulgado que Ribeirão Preto possuía mais de mil pessoas em situação de rua