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Justiça absolve Walter Gomes

Preso há mais de um ano acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Se­vandija e de desfazer de bens e imóveis em nome de terceiros –- responde por lavagem de di­nheiro, ocultação de patrimônio, corrupção, entre outros crimes –, o ex-presidente da Câmara de Ve­readores, Walter Gomes (PTB), foi absolvido na última quarta-feira, 20 de dezembro, da acusação de abuso de poder político e econô­mico nas eleições de 2016.

A decisão é do juiz eleitoral Francisco Cãmara Marques Pe­reira. A ação foi movida pelo Mi­nistério Público Eleitoral (MPE), com base em interceptações tele­fônicas realizadas no âmbito da Operação Sevandija. Segundo o magistrado, apesar de as provas serem legítimas e passíveis de serem compartilhados em pro­cesso diferente daquele em que foram obtidas, não há compro­vação concreta de que o acusado cumpriu com as promessas feitas por telefone a supostos eleitores.

“No caso concreto, portanto, seria necessária a comprovação de que Walter efetivamente en­tregou o dinheiro ou os agra­dos aos seus interlocutores, ou melhor dizendo, teríamos que ter claro, onde, quando e como isto tudo ocorreu. Estas provas e informações, contudo, não exis­tem nos autos”, diz o magistrado.

Gomes está preso em Tre­membé desde dezembro do ano passado, quando foi de­flagrada a Operação Eclipse, a terceira fase da Sevandija. Os telefonemas incluídos dos dois processos (penal e eleitoral) foram gravados pela Polícia Fe­deral, com autorização da Justi­ça, entre 18 e 30 de agosto.

Em uma das ligações, Gomes pede que o então secretário de Infraestrutura, Osvaldo Braga, mande uma máquina nivela­dora para fazer reparos em um campo de futebol no Jardim Jan­daia, reduto eleitoral dele. Para o MPE, a conversa deixa evidente que Gomes usava sua influência política dentro da Prefeitura para conquistar votos. Por outro lado, o juiz afirma que o ex-vereador apenas exerceu a função que lhe foi conferida pela população, de fiscalizar e exigir o cumprimento de determinadas atividades.

“Portanto, o requerido, en­quanto vereador, ao se deparar com um campo de futebol em condições precárias para o re­cebimento de um campeonato que se aproximava, tomou a providência que dele se espera­va e que em nada extrapola as suas atribuições, contatando o Secretário de Infraestrutura do Município, e solicitando que este tomasse as providências necessárias”, cita na sentença.

Em outras conversas gravadas pela PF, moradores de diferentes bairros telefonam para Gomes pedindo dinheiro para pagar ca­misas de torcida organizada, alu­guel de chácara para festas, entre outros. No dia 19 de agosto, o ex­-vereador promete R$ 100 a um homem para o churrasco dos “meninos do Quintino”. O juiz reforça que não há comprovação de que os favores foram realmente prestados e que as provas se resu­mem às conversas telefônicas. Cita que o próprio agente da PF Luiz Alécio Janones disse em depoi­mento que, como a investigação não era de crime eleitoral, não houve esse acompanhamento.

O advogado de defesa do ex-vereador, Alexandro João de Morais Faleiros, afirma que as conversas telefônicas ape­nas demonstram que Gomes sempre trabalhou em prol da sociedade e que não há provas de crime. A denúncia partiu do promotor José Vicente Pinto Ferreira, que pediu a cassação da candidatura de Gomes.

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