Tribuna Ribeirão
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Axial ‘zera’ dívida do Botafogo

O presidente do Botafogo, Gerson Engrácia, disse nesta segunda-feira, 18 de dezembro, que o patrimônio físico do clube, incluindo o Estádio Santa Cruz, no bairro da Ribeirânia, não cor­re mais nenhum risco de ser pe­nhorado. Segundo o dirigente, o Banco Axial, credor de uma dívi­da de R$ 47 milhões com o clube de Ribeirão Preto, aceitou quitar o “passivo” em troca do terreno fronteiriço ao estádio e parale­lo à avenida Costábile Romano, onde poderão ser erguidas torres de apartamentos em uma região nobre da cidade.

O acordo entre as partes já havia sido celebrado par­cialmente em maio deste ano, quando o Axial aceitou o terre­no, com área de 33 mil metros quadrados, pela metade do valor da dívida firmada com a insti­tuição, de R$ 110 milhões, con­traída em 1999. Agora, o Axial, segundo Gerson Engrácia, deu por quitado o débito remanes­cente – de cerca de R$ 50 mi­lhões – pelo terreno. “O banco, que era o algoz, agora é nosso parceiro”, comemora o dirigente.

Gersinho também anunciou que, nos últimos dois meses, a diretoria conseguiu realizar uma adequação ao “Refis” – Progra­ma de Refinanciamento Fiscal, prevê parcelamento de dívidas com alguns “benefícios” –, e irá pagar, até o dia 28 de dezembro, quinta-feira da próxima sema­na, mais R$ 330 mil.

“Conseguimos reduzir uma dívida fiscal e jurídica de R$ 11 milhões para R$ 4,8 milhões, ou seja, quase 60% do valor global”, disse, sem especificar de onde veio o dinheiro, já que o clube tem dificuldades inclusive para saldar a folha de pagamento de funcio­nários e jogadores.

“Um antigo algoz, o Banco Axial, se transforma agora em parceiro. O Axial é uma impor­tante peça para que o clube se livre de um de seus principais entraves: o financeiro, e a ações decorrentes de atrasos e não pagamento de dívidas fiscais e tributárias”, afirmou Engrácia. A dívida vem desde 1999, quando o Botafogo estava na Série A do Brasileirão, e era administrado por José Carlos Brunoro.

Ele também disse que busca um acordo junto à Justiça do Tra­balho para saldar os compromis­sos com funcionários, e que os acertos poderão ser feitos em até dez anos. “Sempre há a possibili­dade de acordos e vamos incenti­var isso”, afirmou.

Até maio deste ano, havia a possibilidade de o Santa Cruz ser leiloado para o pagamento da dí­vida de R$ 105 milhões. Na épo­ca, foi feito o acerto para trocar o valor do débito pelo terreno, mas o Tricolor ainda tinha que resol­ver a questão do “passivo” de R$ 47 milhões, valor que agora foi “zerado”, segundo Engrácia.

Para equacionar a pendên­cia com a Axial Participações, que investiu no clube para a montagem do elenco que jo­gou o Brasileirão de 1999 – e foi rebaixado –, o Pantera decidiu ceder o terreno anexo ao está­dio, avaliado no valor da dívi­da, com quase 33 mil metros quadrados. Em 2018, quando o Tricolor vai celebrar seu cente­nário, a torcida já tem um bom motivo para comemorar.

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