Igor Oliveira (PMDB) vai presidir a Câmara de Ribeirão Preto em 2018. Ele venceu o colega Marco Antonio Di Bonifácio, o “Boni” (Rede Sustentabilidade), por 15 votos a 12, em eleição realizada na noite desta quinta-feira, 14 de dezembro. Ambos são vereadores de primeiro mandato. O peemedebista assumirá o cargo em 1º de janeiro e vai substituir Rodrigo Simões (PDT), que comandará a Mesa Diretora do Legislativo até 31 de dezembro – desistiu de concorrer à reeleição.
Pelo mesmo placar (15 a 12), também foram definidos os demais integrantes da Mesa Diretora: o primeiro vice-presidente Orlando Pesoti (PDT), o segundo vice Alessandro Maraca (PMDB), o primeiro secretário Lincoln Fernandes (PDT) e o segundo Fabiano Guimarães (DEM). Depois de perder a disputa pela presidência, “Boni” também concorreu a todos os demais cargos, e foi derrotado em sequência, apesar de ter conquistado 12 votos em cada pleito.
Curiosamente, os dois mais jovens entre os 27 vereadores estarão ano que vem nos principais postos – Igor Oliveira e Orlando Pesoti, ambos com 33 anos, sendo que o pedetista é “o caçula” por uma diferença de meses. A eleição devolve o comando da Casa de Leis ao PMDB depois de cinco anos – o último parlamentar da legenda a presidir o Legislativo foi Cícero Gomes da Silva, em 2013.
Oliveira conta com o apoio do deputado Baleia Rossi (PMDB-SP), líder do governo Michel Temer na Câmara Federal, e do empresário Luís Joaquim Antunes, presidente do PR e pai do também republicano Isaac Antunes.
O grupo é de oposição ao governo de Duarte Nogueira Júnior (PSDB), que emitiu nota após a votação.
“O poder Executivo deseja pleno sucesso aos novos integrantes da Mesa Diretora da Câmara Municipal, pelo bem de nossa cidade. A independência dos poderes é a chave do bom funcionamento da democracia. E com a posse da nova Mesa no início de 2018, o Executivo manterá o relacionamento republicano e a prática do diálogo que adotou ao longo deste ano, em nome do interesse da população de Ribeirão Preto”, diz o comunicado.
A eleição foi tranquila, apesar do clima criado no período pré-eleitoral. O placar já estava sacramentado desde o período da manhã, quando os dois vereadores do DEM, Fabiano Guimarães e André Trindade, divulgaram comunicado declarando o voto em Igor Oliveira. O democrata Fabiano Guimarães classificou de “infernal” a pressão sofrida por ele nos últimos dias para votar no grupo da situação.
Uma das últimas cartadas do grupo situacionista foi exatamente a desistência de Rodrigo Simões (PDT), atual presidente, que queria a reeleição. Diante da negativa dos democratas em apoiá-lo, o pedetista deixou a disputa. O Tribuna apurou que, como os vereadores do DEM não aceitaram apoiar as alternativas “Boni” e Maurício Gasparini (PSDB), Fabiano Guimarães chegou a ser sondado para ocupar a presidência, com o apoio dos 12 vereadores da base aliada ao prefeito, desde que ele e o colega de partido André Trindade votassem com a situação.
O Tribuna apurou que o secretário municipal de Governo e da Casa Civil, Nicanor Lopes, procurou Guimarães na tentativa de convencê-lo a apoiar o grupo da situação, além de contatos do Palácio Rio Branco junto aos deputados do DEM Rodrigo Garcia e Aldo Demarchi. Em uma última e desesperada tentativa de virar o jogo, um assessor de Demarchi esteve em Ribeirão Preto ontem, mas sua intervenção não teve sucesso.
O pleito foi aberto, por meio de cédulas, com o primeiro-secretário da Mesa Diretora, Otoniel Lima (PRB), lendo os votos um a um, por ordem alfabética. Às 18h58, com a decisão de Orlando Pesoti, a eleição de Igor Oliveira foi sacramentada – foi o 14º voto. Às 19 horas em ponto Simões declarou o peemedebista presidente eleito.
Ele agradeceu aos 15 colegas aliados, citando seus nomes um por um, e disse que aguarda, a partir de janeiro, o apoio de todos os 27 vereadores. Promete uma gestão marcada pela economia e pela transparência. Ao prefeito Duarte Nogueira, mandou o recado de que a Câmara vai trabalhar por Ribeirão Preto, independentemente dos partidos políticos. E encerrou enaltecendo o poder da união: “Quem caminha sozinho pode chegar mais rápido, mas quem caminha em grupo chega mais longe”.
A nova Mesa Diretora representa uma mudança geracional – enquanto a atual (com o vice-presidente original, Waldyr Vilela, do PSD, afastado em setembro por ordem judicial) possuía componentes com idade média de 50 anos, a que comandará o Legislativo em 2018 é formada por cinco vereadores em primeiro mandato, e todos entre 30 e 40 anos de idade.