Tribuna Ribeirão
Economia

Universidade terá de explicar demissões

O Ministério Público do Tra­balho no Rio de Janeiro (MPT­-RJ) convocou o Sindicato dos Professores e a direção da Uni­versidade de Estácio de Sá para audiência pública, na próxima segunda-feira, 11 de dezembro, às 15 horas, para discutir o que chama de “demissão em massa de trabalhadores na instituição de ensino após a entrada em vigor da reforma trabalhista”. A reunião foi agendada por causa da prová­vel dispensa de 1.200 professores que seriam recontratados com outros salários. O MPT também abriu inquérito civil público para investigar o caso. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 7 de de­zembro, por meio de nota.

Cerca de 60 alunos do Grupo Estácio de Sá em Ribeirão Preto protestaram na noite de quarta­-feira (6) contra a provável de­missão nas unidades de todo o Brasil. A manifestação teve início por volta das 18 horas no cam­pus da avenida Maurílio Biagi, na Zona Sul. No dia anterior, a universidade havia enviado nota ao Tribuna informando que “promoveu, ao fim do segundo semestre letivo de 2017, uma reorganização em sua base de docentes. O processo envolveu o desligamento de profissionais da área de ensino do grupo e o lançamento de um cadastro re­serva de docentes para atender possíveis demandas nos próxi­mos semestres, de acordo com as evoluções curriculares”.

Diz, também, que “é impor­tante ressaltar que todos os pro­fissionais que vierem a integrar o quadro da Estácio serão contra­tados pelo regime Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), con­forme é padrão no grupo. A re­organização tem como objetivo manter a sustentabilidade da ins­tituição e foi realizada dentro dos princípios do órgão regulatório. A Estácio segue comprometida com sua missão de ‘Educar para Transformar’, oferecendo educa­ção de qualidade a seus alunos em todo o País.”

Em Ribeirão Preto, a me­dida deve atingir cerca de 70 professores. Vestidos de preto, com narizes de palhaço e carta­zes – alguns foram “colados” no setor de atendimento –, os estu­dantes se reuniram em frente à universidade e promoveram um apitaço dentro do prédio. Eles encerraram o protesto cerca de uma hora e meia depois. Os alu­nos reclamam que as demissões foram motivadas por corte de custos e vão piorar a qualidade de ensino da instituição.

De acordo com os alunos, um dos cursos mais afetados em Ri­beirão Preto foi o de Direito, com dez dispensas de docentes que atuavam em disciplinas como direito do trabalho e direito civil. A Estácio de Sá, no entanto, não confirma o número exato de de­missões. A Federação dos Profes­sores do Estado de São Paulo (Fe­pesp) apura informações sobre as demissões, mas vai marcar com urgência uma reunião com os di­retores da universidade em busca de esclarecimentos.

Considerado um dos maio­res grupos educacionais do país, a Estácio chegou a ser cogitada para uma fusão com a Kroton Educacional, primeira do mer­cado brasileiro, mas a negocia­ção foi rejeitada pelo Conse­lho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). De acordo com informações do Sindica­to dos Professores da cidade de São Paulo (Sinpro-SP), o grupo Estácio acumula somente na capital 228 pedidos de agenda­mento de rescisão contratual, que podem ou não se reverter em demissões. Ressalta que uma demissão coletiva como a em questão é vetada pela convenção coletiva da categoria.

Postagens relacionadas

Como criar estratégias de marketing com links patrocinados?

Redação

Haddad anuncia R$ 25,9 bilhões em cortes de despesas obrigatórias

Redação 2

Consumo pode passar R$ 27 bi em RP

Redação 1

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com