Tribuna Ribeirão
Política

Prefeitura avalia nova proposta

O prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) já tem em mãos uma nova proposta de reposi­ção do prêmio-incentivo, extinto pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) com base em ação direta de inconstitucionalidade (Adin) impetrada pela Procu­radoria-Geral de Justiça (PGJ). Na noite desta quinta-feira, 7 de dezembro, logo após o encerra­mento da sessão na Câmara, cer­ca de 20 vereadores foram até o Palácio Rio Branco para entregar ao secretário municipal de Go­verno e da Casa Civil, Nicanor Lopes, a minuta de uma emenda que pode recompor os salários do funcionalismo aos níveis de antes da extinção da gratificação.

O Tribuna apurou que a pro­posta, a quinta desde a extinção do prêmio-incentivo, em setembro, nasceu no Conselho de Entida­des do Funcionalismo Municipal, o chamado “Conselhão”. Como a relação entre a prefeitura e o Sin­dicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto (SSM/RP) está “estremecida”, a opção foi encami­nhar a proposta ao Executivo por meio do Legislativo.

A proposta, em resumo, tem o objetivo de retirar do projeto de reestruturação das carreiras do funcionalismo os três arti­gos que caíram com a emenda supressiva aprovada na última terça-feira (5), em troca da redu­ção dos salários dos futuros fun­cionários públicos municipais. Ou seja, ficam mantidas as con­quistas do funcionalismo (como o cálculo dos adicionais sobre o salário bruto, como prevê o Esta­tuto do Funcionalismo), mas os vencimentos de admissão passa­rão a ser menores

Nicanor Lopes já havia dito que o prefeito Duarte Nogueira Jú­nior (PSDB) vai vetar o projeto por causa da emenda supressiva, mas com a nova proposta isso pode mudar. O secretário ficou de en­caminhar o projeto para análise da Secretaria Municipal de Negócios Jurídicos ainda nesta sexta-feira (8) e, se for considerada viável, a prefeitura enviaria ao Legislativo, na segunda-feira (11), o veto ao projeto aprovado nesta semana e outro com a emenda que tenta su­perar o impasse.

O caso ainda será discutido e negociado. O Tribuna apurou que a prefeitura até concorda com a nova proposta, mas quer que no próximo pagamento o qüinqüênio e a sexta-parte ainda sejam calculados sobre o salário­-base para os cerca de 14 mil ser­vidores – aproximadamente dez mil da ativa e mais quatro mil aposentados e pensionistas.

Na terça-feira, os vereadores de oposição apresentaram uma emenda supressiva que retira do texto original três artigos (11º, 12º e 13º). Os itens tratam do cál­culo do quinquênio e da sexta­-parte e das chamadas faltas abo­nadas. Na avaliação do governo, ao suprimir os artigos, a Câmara provocará um efeito cascata, im­pactando a folha de pagamento em milhões de reais. Na avalia­ção da administração, por gerar despesas, a mudança feita pelo Legislativo é inconstitucional, por vicio de iniciativa.

O prefeito vetou o projeto an­terior, aprovado com emendas, porque elevaria a despesa com pessoal em cerca de 9% e poderia atingir o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), de 51,3%, gerando processo por improbidade administrativa. Ain­da segundo a administração, isso provocaria um gasto extra de R$ 84,5 milhões por ano. A gratifica­ção era paga desde 1994.

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