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Consulado da Albânia diz que Marins era ‘assessor comercial’

O advogado Eliézer Bitten­court Marins, de 37 anos, que também é empresário e músico, alega ter sido vítima de uma fa­lha do consulado da Albânia no Brasil. Na terça-feira, 5 de de­zembro, ele passou quatro horas na carceragem da Polícia Federal em Ribeirão Preto acusado de “exercício de atividade consular não autorizada pelo governo bra­sileiro”. A PF informa que ele “foi preso em flagrante delito pelo crime previsto no artigo 296, §1º, III, do Código de Processo Penal, cujas penas podem chegar a seis anos de reclusão”.

Nesta quinta-feira, dia 7, por meio de nota assinada pelo cônsul honorário Thomas Au­gusto Amaral Neves e enviada a pedido do jornal Tribuna Ribeirão, o consulado da Albânia informa que “Eliezer da Silva Marin (sic) foi nomeado em 1º de novembro de 2016, assessor comercial deste consulado para a Região Metro­politana de Ribeirão Preto pelo período de um ano”.

O nome do advogado, inclu­sive, está errado no comunicado, mas segundo o consulado Ma­rins deixou de representar a Al­bânia em questões comerciais na região há mais de 35 dias – a in­vestigação da PF, segundo o de­legado Edson Geraldo de Souza, teve início há um mês com base em denúncia do Ministério das Relações Exteriores.

A nota do consulado infor­ma, ainda, que “o encargo de assessor comercial, que é volun­tário e não remunerado, consiste na prospecção de negócios entre a República da Albânia e as em­presas estabelecidas na região de residência do assessor comercial. As demandas comerciais devem ser recepcionadas pelo assessor e encaminhadas à Câmara de Co­mércio Albânia-Brasil ou a este consulado para direcionamento”.

Na nota, o cônsul Thomas Neves, que entregou os docu­mentos a Marins em 14 de de­zembro do ano passado, informa que “nos termos da Convenção de Viena sobre relações consu­lares, este encargo não o torna funcionário consular.” Ou seja, o advogado não poderia exercer funções diplomáticas.

Alvo de denúncia do Ita­maraty, Marins foi investigado durante um mês por usar uma carteira diplomática com o Bra­são da República do Brasil e uma identificação em seu veículo, não reconhecidas oficialmente pelo governo federal. Segundo a advogada do empresário, Maria Carolina Haram, “ele foi nome­ado, tem a documentação, foi diplomado, e agora vamos atrás dessa situação porque houve um erro no consulado da Albânia. Vamos tomar todas as medidas legais e cabíveis para resolver essa situação. Mas, o doutor Eliézer foi vítima de uma situação”, disse.

Questionada se houve algum pagamento para obter a nome­ação de agente consular, a advo­gada limitou-se mencionar “que não responderia porque está sob investigação federal”. O Tribuna também entrou em contato com a Embaixada da Albânia, em Brasília, que confirmou Thomas Neves como cônsul represen­tante do país europeu na região. Em foto publicada na rede social, Marins aparece recebendo os documentos de “adido consular” das mãos de Neves.

 

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