O ex-preparador físico do Pantera, Luiz Fernando Paião, que pediu demissão do clube por atraso de salários, na quarta-feira (21) disse que ‘não quer ser justiceiro e nem se propagar em cima do Botafogo’. Há 10 anos no Fogão, Paião afirma que também não recebeu o 13º salário de 2016 e nem estavam sendo depositados alguns direitos trabalhistas. “Não sou mercenário. Todos sabem o que está acontecendo por lá e poucos têm coragem de falar”, desabafou Paião ao portal Wsports, que participou de campanhas históricas como o titulo da série D e o vice da Copa Paulista.
O preparador físico garante que não pediu aumento salarial e que tentou várias vezes negociar os atrasos. Ele se disse ‘muito grato ao clube’ e negou que sua saída se deu por não ter recebido aumento de salários. “Não é verdade”, afirmou.
“Tenho tentado conversar com a diretoria há mais de um ano, mas infelizmente não fui ouvido. Chega uma hora que é preciso tomar uma decisão”, finalizou.
O diretor de futebol, Fernando Gelfuso, contraria a versão de Paião e afirma que o preparador havia solicitado um reajuste em seu salário, mas que ‘a realidade não permitiria uma melhora neste momento’.
“Há um mês ele nos procurou e falou da necessidade de ter uma valorização do seu trabalho. Nós reunimos toda comissão técnica, no sábado, e passamos para eles que o momento que o Botafogo vive não é diferente do momento que o país vive, e que, neste momento não haveria possibilidade de o clube dar nenhum tipo de aumento”, afirmou Gelfuso.
Com sérios problemas financeiros e salários de jogadores atrasados, o Botafogo encontra dificuldades para montar uma equipe forte para o Paulistão 2018. A pré-temporada teve início nesta semana sem a presença de nenhum reforço. A promessa é que a chegada de novos atletas aconteça a partir de dezembro.