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Prefeitura desiste da revisão da PGV

Foto: Alfredo Risk

A prefeitura de Ribeirão Preto decidiu retirar da Câmara o pro­jeto de revisão da Planta Genérica de Valores (PGV), que serve de base de cálculo para o Impos­to Predial e Territorial Urbano (IPTU). A proposta já estava tra­mitando nas principais comis­sões da casa de Leis – de Finanças e de Justiça e Redação. O tributo terá apenas a correção anual de 1,83%, com base no Índice Na­cional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo confirmou ao Tribuna a Coordenadoria de Comunicação Social (CCS).

O percentual corresponde à inflação acumulada nos últimos doze meses, entre novembro de 2016 e outubro passado – a prefei­tura não pode aguardar o INPC de novembro porque a Compa­nhia de Desenvolvimento Econô­mico de Ribeirão Preto (Coderp) ainda tem de rodar os carnês que posteriormente serão distribuí­dos pelos Correios. O indexador vem sendo usado para reajustar o IPTU desde 2005, na gestão de Welson Gasparini (PSDB). Neste ano, o aumento foi de 8,5% com base no INPC medido entre no­vembro de 2015 e outubro de 2016 – no período anterior havia sido de 10,33%.

O secretário municipal da Fazenda, Manoel Jesus Gon­çalves, optou pela retirada do projeto de revisão da PGV na segunda-feira, 20 de novembro, após reunião com vereadores. A maioria já havia declarado ser contra a medida.

A prefeitura, no entanto, vai enviar outro projeto para a Câma­ra abordando apenas dois assun­tos. Um trata da retirada do limi­tador de 130% do IPTU, incluído no projeto de revisão da PGV aprovado em 2012 por meio de emenda – que passou a valer em 2013 –, e o artigo que tenta bar­rar uma artimanha utilizada por muitos donos de terrenos, que constroem uma pequena edícula para deixar de pagar a alíquota do imposto territorial (para terrenos, de 2,2%) e passar a recolher o pre­dial (para edificações, de 0,6%).

A prefeitura desistiu de ne­gociar a aprovação do projeto porque até os três vereadores do PSDB – partido do prefeito Du­arte Nogueira Júnior – foram à tribuna e atacaram a iniciativa do Executivo. Maurício Gaspa­rini, Gláucia Berenice e Bertinho Scandiuzzi teceram fortes críticas ao projeto de revisão da PGV.

A 12ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil em Ri­beirão Preto (OAB-RP) também emitiu nota afirmando ser contra a revisão da Planta Genérica de Valores (PGV) e ameaçou entrar com uma ação judicial caso a pre­feitura insistisse na aprovação do projeto. A comissão criada pela entidade diz que o aumento de até 100% no IPTU, escalonado até 2020, seria aplicado de manei­ra linear e homogênea em toda a cidade.

Com base no valor de mer­cado dos imóveis, o reajuste em 2018 poderia chegar a 50% em algumas regiões da cidade, mais 25% a partir de 2019 e mais 25% em 2020. Ribeirão Preto foi divi­dida em 260 regiões, onde have­ria valorização ou depreciação, de acordo com o progresso ou re­trocesso de cada área. Neste ano foram emitidos cerca de 305 mil carnês do IPTU.

Segundo o secretário, com as mudanças, 94% dos imóveis em Ribeirão Preto terão o valor do IPTU 2018 semelhantes ao do imposto deste ano, e a arrecada­ção do município deve ser simi­lar à de 2017 – cerca de R$ 300 milhões. Gonçalves aponta que o impacto no orçamento será pe­queno, confrontado pelo que se previa, caso a proposta de revisão da Planta Genérica de Valores fosse levada adiante – aproxima­damente R$ 10 milhões.

O projeto da Lei Orçamen­tária Anual (LOA) entregue à Câmara em 30 de setembro não traz qual o valor seria ar­recadado a mais com a revisão da PGV. A previsão da Fazenda na proposta é que o IPTU gere receita de R$ 349 milhões, ou 9,06% maior que a projeção para 2017, de R$ 320 milhões, aporte de R$ 29 milhões.

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