O acréscimo de 17 novos medicamentos na lista de oferta do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2017 ampliou a cobertura de casos atendidos pela rede pública de saúde, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Entre os remédios incorporados estão demandas antigas da população, assim como substâncias que já eram ofertadas, mas que agora alcançam novos grupos e necessidades.
Fabíola Espirini faz tratamento por conta da Doença de Crohn, que afeta o trato gastrointestinal, e utiliza o Certolizumabe, que promete amenizar os sintomas e melhora a qualidade de vida do portador.
“Se eu fosse comprar o medicamento, gastaria, em média, R$ 3 mil pelo kit fechado com duas seringas”, explicou. Para Fabíola, duas seringas cobrem o tratamento somente durante um mês.
“É fundamental receber os medicamentos gratuitamente. O coquetel é o elixir da vida. A Aids não tem cura, mas tem tratamento”, comenta Christiano Ramos, presidente da ONG Amigos da Vida, que utiliza os remédios Raltegravir e Tenofovir.
Para o antropólogo Angelo Della Croce, de 51 anos, o Tenofovir representou um tratamento menos agressivo. “Dá menos efeitos colaterais, ele é mais aceito pelo organismo. O que eu utilizava antes era muito forte”, conta.
O medicamento Fingolimode é utilizado no tratamento de Esclerose Múltipla. Michelle de Almeida tem 35 anos e, por conta da doença, precisou se aposentar. A rede pública de Saúde fornece para a paciente, todo os meses, uma caixa do remédio, que contém 28 comprimidos. Um alívio não precisar comprometer a renda da família. “Se eu fosse precisar comprar, não sairia por menos de R$ 7, 8 mil”, afirma.
O mesmo medicamento é utilizado por Priscila di Tullio, de 39 anos. “O Fingolimode faz com que eu não tenha surtos que venham a me prejudicar. Eu poderia ficar cega, perder paladar, perder os movimentos de braços e pernas”, disse.
A filha de Diego Hudson, de 9 anos de idade, tem Diabetes Tipo 1. Ela será uma das crianças beneficiadas por ação do Ministério da Saúde anunciada em outubro. A pasta vai investir R$ 135 milhões para a compra de um moderno medicamento para o tratamento da doença. A partir do ano que vem, a insulina análoga será distribuída às crianças pelo SUS.