O cooperativismo mais uma vez mostra sua força ao ter crescimento em seu setor de crédito números que superam os dos bancos tradicionais brasileiros. As cooperativas de crédito brasileiras são responsáveis por alavancar o agronegócio.
Isso porque os juros cobrados pelos empréstimos são um grande diferencial. O banco cooperativista está mais preocupado em ver seu cooperado crescer, gerar renda e continuar investindo em sua atividade.
O Sicredi aumentou em 7% a concessão de crédito, enquanto o Sicoob disparou na frente e viu esta operação crescer 25,9% entre 2014 e 2016. Juntos, estes dois representam 85% do setor cooperativo de crédito.
Conseguem praticar taxas menores, como por exemplo para o cartão de crédito em 2016: 8% metade dos 15,9% de juros dos bancos grandes e médios. No cheque especial, a diferença em favor das cooperativas é ainda maior: 12,5% nos bancos e 3,2% nas cooperativas.
O sistema cooperativo viu ainda sua carteira voltada à pessoa jurídica crescer 26% entre 2014 e 2016. No mesmo período, os bancos fecharam as torneiras e chegaram a cortar até um quarto do crédito concedido a micro, pequenas e médias empresas.
E a previsão é que este bom ritmo de crescimento se mantenha em 2017. Maior sistema cooperativo do Brasil, com 3,7 milhões de cooperados, o Sicoob espera expandir o crédito em 9% neste ano – além de ter aberto 146 agências desde junho de 2016, com previsão de inaugurações em Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.
É um crescimento que reflete a boa organização cooperativista, que tem o setor rural em sua essência. O apoio e entendimento real sobre o agronegócio fazem com que o cooperativismo de crédito seja uma das melhores opções para realizar empréstimos e investir.
Como deputado estadual por São Paulo (1986-2006) presidi a Frente Parlamentar do Cooperativismo na Assembleia Legislativa e fui autor da lei de incentivo ao cooperativismo no Estado (Lei 12.226, de 2006), sancionada pelo então governador Geraldo Alckmin, que é entusiasta do cooperativismo. Este crescimento foi muito impulsionado a partir desta lei, instrumento importante para incentivar a união e superar dificuldades.
Na Câmara dos Deputados, integrei a Frente Parlamentar do Cooperativismo na coordenação do ramo de crédito, e contribui para a aprovação da Lei do Cooperativismo de Crédito (Lei Complementar 130/2009).
Também tive a honra de contribuir para a aprovação do dispositivo na Medida Provisória 619/2013 (convertida na Lei 12.873/2013), que estabelece isonomia tributária ao Fundo Garantidor de Crédito das Cooperativas em relação ao FGC Fundo Garantidor de Crédito das Instituições Bancárias. Essa isonomia foi decisiva para o cooperativismo crescer e chegar a números dignos de comemoração.
Valores demonstrando que a cada três anos o sistema cooperativo dobra de tamanho, é preciso usar esta força para continuar alavancando nossa produção no campo.
Já as cooperativas nasceram neste sistema e assim conseguem entender melhor o funcionamento e as necessidades do produtor, da agroindústria. Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido para fazer delas a primeira opção, principalmente para o produtor rural, como já é feito em outros países.
Na Alemanha, elas possuem cerca de quinze milhões de associados e respondem por cerca de 20% de todo o movimento financeiro bancário do país. Na Holanda, o Rabobank atende a mais de 90% das demandas financeiras rurais.
Nos Estados Unidos, os bancos cooperativos agrícolas respondem por mais de um terço dos financiamentos agropecuários. Estima-se que 25% dos norte-americanos sejam associados a uma cooperativa de crédito.
Essa força cooperativista tem São Paulo se encaixando com destaque no quadro nacional, que registra 1.157 cooperativas atuando no ramo agro, 145 no Estado. Em 2016, as paulistas registraram um crescimento na casa de dois dígitos no faturamento, encerraram o ano com um aumento de 13% no valor referente às exportações, totalizando a marca de US$ 1,14 bilhão, contra US$ 1,01 bilhões em 2015.
Ao todo, as cooperativas representam cerca de 50% da produção agrícola de todo o País, oferecendo um tratamento mais pessoal, individual ao cooperado, algo mais personificado que leva em conta as necessidades de cada um.
Por tudo isso é hora de prestigiar nosso cooperativismo, que só cresce e nos enche de orgulho!