A mostra “Arte Sacra XVII-XXI” ficará em cartaz na Biblioteca Mário de Andrade até 10 de dezembro. Entre as 39 obras, 23 são esculturas sacras produzidas entre os séculos XVII e XIX, além de dois retábulos, e mais 16 obras contemporâneas do final do século XX e início do XXI, assinadas por artistas como Daniel Senise, Fulvio Pennacchi, Farnese de Andrade, Vik Muniz, Guy Veloso, Siron Franco, Arthur Omar, Miguel Rio Branco, Karin Lambrecht, José Rufino e Mário Cravo Neto.
“Outrora cultuada exclusivamente por cristãos católicos, com o passar dos séculos, e com o declínio do cristianismo, hoje a arte sacra pode ser apreciada não só por sua acepção religiosa, mas também por seus aspectos escultóricos e pela bela policromia – por todo tipo de público”, afirma Charles Cosac, diretor da Mário de Andrade. Segundo ele, “seja pela esquerda, seja pela direita, elas são igualmente esplendorosas. E mesmo para os não devotos, impõem grande respeito”. A série “O êxtase de Santa Theresa em chocolate”, de Vik Muniz, está na exposição, com curadoria conjunta de Cosac e apoio das Galerias Milan e Nara Roesler.
“Não se trata exatamente de uma curadoria, mas sim circunstâncias providenciais. Tivemos o apoio das galerias Millan e Nara Roesler, além dos artistas que generosamente cederam seus trabalhos para a exposição”, alerta Cosac, sobre a escolha das obras. “Isso não torna a mostra mais ou menos séria, ainda que sem a presença de artistas como Guignard, Portinari, Volpi e Adriana Varejão, entre tantos outros”, completa o diretor da Mário de Andrade.
Todas as esculturas fazem parte da coleção do baiano Itamar Musse, neto e filho de “santeiros”. “Esta exposição, em seu recorte até o século XIX, é fruto da generosidade de um querido amigo que partilha com o público sua fabulosa coleção. A mostra é uma prova de que o público e o privado podem se unir e, com esforço e boa vontade, produzir resultados positivos e profícuos”, escreve Cosac, na apresentação da mostra.