Os ativistas em defesa dos direitos dos animais cansaram da conduta da Coordenadoria de Bem Estar Animal (CBEA) da prefeitura de Ribeirão Preto. Após meses de seguidas denúncias, a maioria relativa à negligência, na manhã desta sexta-feira, 17 de novembro, cerca de 15 protetores fizeram uma manifestação defronte à sede da coordenadoria, na avenida Eduardo Andrea Matarazzo (Via Norte) nº 4.255, na Vila Albertina, Zona Norte da cidade.
A “gota d’água” ocorreu na semana passada, com um cão batizado de “John”. Abandonado, atropelado duas vezes, com fraturas múltilplas e bicheiras nas duas orelhas, o cachorro foi resgatado por protetores e levado até a Coordenadoria de Bem Estar Animal. No dia seguinte, quando foram visitá-lo, os ativistas ficaram indignados – o pequeno cão não havia sequer recebido um medicamento para atenuar a dor decorrente das fraturas. Sequer um remédio para a bicheira.
Revoltados, os protetores retiraram John e o levaram a uma clínica particular, mas o cão não aguentou e morreu na mesma noite. Andréa Bombonato, presidente da ONG Focinhos S/A, comenta que os defensores estavam dando uma espécie de voto de confiança para a administração Duarte Nogueira Júnior (PSDB), às voltas com grave crise financeira.
“Mas tudo tem limite. As denúncias chegam uma atrás da outra, inclusive de animais saudáveis que são levados à coordenadoria e eutanasiados”, informa Andréa Bombonato. Segundo ela., na semana passada uma senhora resgatou das ruas uma ninhada de gatos e ligou para coordenadoria avisando que não poderia ficar com eles. “Acredite, o atendente disse ao telefone que era melhor não levar para a coordenadoria, senão os gatinhos iam morrer de fome”, conta Andréa.
Para completar, a coordenadora de Bem Estar Animal, Carolina Vilela, não conta com a simpatia das ONGs ligadas à causa animal. Ao contrário, ela se indispôs com as organizações não-governamentais, a ponto de faze postagens do tipo “amanhã a turminha do barulho (ativistinhas) vai estar na coordenadoria fazendo auê afffff! Vamos trabalhar minha gente!!”. O Tribuna questionou a Coordenadoria de Comunicação Social sobre as denúncias dos protetores de animais, mas não recebeu resposta.
Entre as reivindicações das ONGs estão transparência e prestação de contas do CBEA e do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) para a população, ações mais eficazes para com os animais errantes e carentes, elevar o número de castrações oferecidas a população para no mínimo de 1.200 ao mês e incluir as vacinas V10 para cães e V4 para gatos nas campanhas.
Na última campanha anual de vacinação antirrábica, em agosto, a meta era imunizar 50 mil cães e gatos, mas o balanço da Secretaria Municipal da Saúde indica que este número foi superado em 13,05%, chegando a 56.526 – foram vacinados 48.829 cachorros e 7.697 felinos. O CBEA/CCZ atende de segunda à sexta-feira, das oito às 10h30 e das 13 às 16 horas.