A primeira medida adotada pelo presidente interino do PSDB, Alberto Goldman, foi criar uma comissão eleitoral para tentar pacificar e ordenar a disputa pela presidência do partido em dezembro. A comissão é composta por ele, o secretário-geral deputado Silvio Torres (SP), o diretor de gestão João Almeida e dois representantes dos dois candidatos: o senador Tasso Jereissatti (CE) e o governador de Goiás, Marconi Perillo. Diante do discurso duro de Tasso nesta sexta-feira durante a convenção estadual no Ceará pregando a separação do “joio do trigo”, acusando o presidente licenciado Aécio Neves (MG) de fisiologismo, e dizendo que ele apoia um candidato que quer a continuidade, Goldman pediu que o senador cearense se acalme, deixe de lado problemas pessoais com Aécio e contribua para a pacificação interna do PSDB.
Tasso vem repetindo que tem diferenças irreconciliáveis com o grupo de Aécio e acha difícil um entendimento. Nesta sexta-feira (10), voltou a citar que existem dois grupos no PSDB e defendeu que o partido tenha qualidade e não quantidade. Para ele, sua candidatura está separando o joio do trigo.
“Existe o PSDB nosso, que fez a grande revolução aqui no Ceará. Existe o PSDB do Mário Covas, do Fernando Henrique, que acabaram com a inflação e mudaram o Brasil. E existe o PSDB do momento, que ao logo dos anos perdeu o rumo. Agora vai separar o joio do trigo para enfrentar esse momento de desafio do Brasil. É muito difícil o momento do Brasil, e a gente precisa estar pronto. Pronto não é em quantidade, pronto é em qualidade”, afirmou.
“O senador Tasso precisa se acalmar e espero que ele contribua para uma pacificação. O que existe de diferenças irreconciliáveis em relação à visão de país? Isso não é um programa de país, de visão política de país. Ele não está levando em conta os interesses do país, mas interesses internos e pessoais”, respondeu Goldman.
O presidente interino disse que na segunda-feira vai acontecer a primeira reunião dessa comissão eleitoral, que irá procurar as convergências entre os dois grupos de Tasso e Marconi. No Ceará Tasso Jereissati disse ainda que Aécio Neves está fazendo o possível para impedir sua candidatura apoiando seu adversário para “deixar tudo como está”. No discurso atacou duramente o governo de Michel Temer e falou de seus ex- ministros presos.
“Ele (Aécio) está em outra linha muito diferente da nossa e está fazendo o possível, o que pode, com intuito de impedir, de colocar os que defendem a linha dele e deixar tudo como está”, disse Tasso sem citar Marconi nominalmente.
FHC – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso divulgou na tarde desta sexta-feira, 10, uma mensagem em seu Facebook na qual afirma que apoiará o nome do senador Tasso Jereissati (CE) à presidência do PSDB, caso o partido não encontre uma convergência até sua convenção, marcada para o dia 9 de dezembro Nesta quinta-feira, 9, Tasso foi destituído do comando interino da sigla pelo senador Aécio Neves (MG).