Tribuna Ribeirão
Economia

Pressão pelo prêmio-incentivo

O Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis (SSM/RP) realizou na tarde desta quinta-feira, 9 de novembro, uma manifestação defronte o Palácio Rio Branco, sede da prefeitura, para pressionar o Executivo a propor uma alter­nativa que reponha aos salários da categoria o valor do prêmio­-incentivo, extinto pelo Tribu­nal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) com base em ação direta de inconstitucionalidade (Adin) proposta pela Procuradoria Geral de Justiça (PGJ).

O grupo entregou um “es­boço” do projeto de Vantagem Pessoal Nominalmente Identifi­cável (VPNI) no Protocolo Ge­ral da prefeitura. Laerte Carlos Augusto, presidente do sindicato, destaca que a entidade quer mais agilidade por parte da prefeitura, que já apresentou dois recursos ao Supremo Tribunal Federal (STF) e embargos de declaração ao próprio TJ/SP, todos rejeitados. Como não há garantia de que a administração irá obter auto­rização judicial para continuar pagando a gratificação, o SSM/RP quer que o governo Duarte Nogueira Júnior (PSDB) atenda a recomendação da comissão da Câmara que discute o assunto.

No Legislativo, para atender aos 98 servidores efetivos e os 135 assessores dos 27 gabinetes, os vereadores aprovaram, há duas semanas, a instituição do “auxílio-refeição”, com o mesmo valor do prêmio-incentivo extin­to (R$ 588). Mas os mais de dez mil servidores da ativa e aposen­tados da prefeitura ainda não sa­bem se vão receber a gratificação nos próximos meses.

“Queremos uma lei que ga­ranta o prêmio-incentivo como parcela destacada do salário, como verba de natureza indeni­zatória”, diz Laerte Carlos Augus­to, numa referência à proposta formulada pelo vereador Renato Zucoloto (PP) – sugeriu a ela­boração, pelo Executivo, de um projeto de lei repondo o valor da gratificação como Vantagem Pes­soal Nominalmente Identificável (VPNI), prevista em lei.

Em vez de atender a recomen­dação da comissão criada pela Câmara Municipal e resolver o impasse provocado pela extinção do prêmio-incentivo, a prefeitura optou por tentar obter no STF um prazo de doze meses para continuar pagando a gratificação enquanto busca uma solução ju­rídica definitiva. Mas como essa tentativa não deu certo até agora, o SSM/RP optou por pressionar a administração.

“A administração, ao invés de fazer o que estava ao seu alcance, resolveu buscar o que não estava ao seu alcance. A prefeitura tro­cou uma atitude que dependia dele por uma decisão que depen­de de outros. Vamos retomar a nossa proposta original, que esta­va muito bem contemplada pela proposta da Câmara, e apontar novamente essa solução para a administração”, destaca Augusto.

Após a manifestação defron­te ao Palácio Rio Branco, os ser­vidores seguiram até a Câmara com o objetivo de pressionar os vereadores para que os par­lamentares cobrem a prefeitura a atender o pedido do SSM/RP. Na tribuna, o presidente do sin­dicato ameaçou deflagrar greve geral – usou o eufemismo “para­lisação dos serviços públicos em sua totalidade” – caso a adminis­tração não resolva o impasse na semana que vem.

Prefeitura – A Coordena­doria de Comunicação Social (CCS) emitiu a seguinte nota sobre o prêmio-incentivo: “Desde que o Tribunal de Jus­tiça de São Paulo decretou a in­constitucionalidade da lei, a ad­ministração municipal não tem medido esforços para garantir o direito dos trabalhadores. Tem também participado de todas as reuniões da comissão tripar­tite formada para solucionar o problema e ouvido e analisado as sugestões apresentadas. Ao mesmo tempo tem apresenta­do defesas em tempo hábil e de forma bem fundamentada às instâncias competentes. Agora tentará outras medidas junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), buscando a solução jurí­dica mais viável para garantir a solução definitiva e com a devi­da segurança jurídica”.

O prêmio-incentivo é pago desde 1994. Para a maioria dos servidores, a gratificação é, em média, de R$ 510 e corresponde a 25% do salário-base (mas den­tro dos limites mínimo de R$ 294 e máximo de R$ 588), mais 3% de produtividade. Na Câmara, o prêmio-incentivo corresponde a um valor fixo de R$ 588 (igual ao do recém-criado “auxílio-refei­ção”), mais 3% de produtividade.

Para os professores, é de 25%, mas a categoria tem dez diferentes cargas horárias de trabalho e 27 níveis salariais. No caso dos médicos e dos dentistas, o prêmio-incentivo corresponde a mais da metade do salário. Para os formados em medicina, é e 47% do salário­-base, mais 25% e mais 3% de produtividade. Já os profissio­nais de odontologia recebem 28%, mais 25% e mais 3%.

Postagens relacionadas

Setor de serviços cresce 4,7% no primeiro semestre

William Teodoro

BDR permite investir em grandes empresas estrangeiras como Netflix a partir do Brasil

Redação

Produção de grãos do país na safra 2019/2020 deverá ser recorde

Redação 1

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com