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AVENTURA FÚNEBRE
Uma autoridade de Ribeirão Preto era fidelíssimo para a esposa e, pelo me­nos na cidade, não aceitava convites transversos e com segundas intenções das moçoilas que sempre tentavam se aproximar do cidadão que possuía muita influência na administração e nos órgãos descentralizados, etc. Havia sempre um interesse embutido de um emprego, ou alguma outra jogada mais densa. Ele sempre tinha uma frase para justificar a sua postura: “a for­miga nunca corta perto do formigueiro”. Nas rodas políticas, muitas vezes o ‘cachorro que enjeita osso pode ter outras preferências’. No entanto, ele sempre foi “espada”. Fatos ocorreram no decorrer de longos anos de casa­mento, e a própria política desgasta a relação de um casal, e ele se divorciou. Ficou livre para suas aventuras, se desejasse tal liberdade.

VISITA AO MÉDICO
Referida autoridade, mesmo livre leve e solto, não se aproveitou da liber­dade do divórcio e continuou nas suas atribuições políticas e mesmo sem parceira, fiel a seus princípios. Ele fazia um acompanhamento médico há algum tempo para verificar a evolução de um pequeno problema derma­tológico. Ao comparecer a consulta marcada foi atendido por uma estagi­ária, loira de um metro e oitenta com todos os atributos que um cidadão desejaria para uma aventura. Ela, que não era da cidade, abriu todas as possibilidades para um encontro que ele relutou em aceitar. Pois o “uso do cachimbo deixa a boca torta”. A sua postura o deixava inibido para outros relacionamentos. Tantas foram as oportunidades que ele aceitou ir buscar a estagiária à tarde, no consultório do titular.

CUIDADOS
Antes de partir para o encontro ele telefonou para um amigo que possuía um hotel e pediu que não se pedisse documento na portaria para o casal e recebeu a informação de que deveria procurar a “Suíte Presidencial” 27. Ele pegou o seu carro, por volta das quatro da tarde e passou pelo lo­cal combinado e apanhou a sua partner. Passaram pela Paschoal Innechi e seguiram pela João Bin, que era mão dupla. Tudo transcorria conforme o combinado até que ao fazer a ‘ famosa curva’ da Barão do Bananal eis que um enterro impedia a passagem dos veículos que tentavam alcançar os lados de Vila Abranches, onde se localizava o motel.

SURPRESA
O enterro era de funcionário de uma empresa da qual a autoridade aven­tureira havia sido presidente. Em cima de um caminhão vários funcioná­rios o reconheceram e gritaram seu nome de forma clara e insofismável. Ele não teve alternativa senão acompanhar o enterro até o Cemitério Bom Pastor. Ouviu vários elogios por ter sido o único dirigente da em­presa que prestigiou o falecido funcionário. A sua acompanhante ficou na vexatória posição de acompanhante no carro, sem ação. Ele abortou a tentativa da primeira aventura pós-divorcio e voltou para a cidade, aca­brunhado. Deu mil desculpas a sua parceira e não teve forças para seguir para o encontro, que foi literalmente fúnebre.

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