Tribuna Ribeirão
Política

Termina a fase de depoimentos

Terminou nesta quarta-feira, 18 de outubro, na Casa da Advo­cacia, sede da 12ª Subseção da Or­dem dos Advogados do Brasil de Ribeirão Preto (OAB-RP), a fase de depoimentos das testemunhas de defesa arroladas pelo vereador afastado Waldy Villela (PSD). Ele responde a processo por suposta falta de decoro parlamentar junto ao Conselho de Ética da Câmara.

As audiências estão sendo realizadas na Casa da Advocacia porque o vereador afastado tem o direito de acompanhar os inter­rogatórios, mas está proibido pela Justiça de frequentar a sede do Legislativo. O processo, que pode culminar na cassação do parla­mentar, foi aberto após a Polícia Civil instaurar, a pedido do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), inquérito para investigar o par­lamentar pela suposta prática de cinco crimes.

O vereador havia relacionado dez testemunhas de defesa, mas apenas oito depuseram – duas desistiram. Nesta quarta-feira foi a vez do advogado Brasil Salomão, o último dos oito depoentes. Ele destacou que não mantém rela­cionamento profissional, nunca advogou para Villela, mas que co­nhece e admira o trabalho desen­volvido por ele há tempos.

Questionado, na condição de advogado renomado que é, sobre o afastamento de Villela da Câma­ra, Salomão considera que a me­dida, além de abusiva, foi ilegal, e afirmou que se sentiu afetado em seu voto, dando a entender que é eleitor do vereador afastado. Encerrada a fase de depoimen­tos das testemunhas de defesa, o processo foi então encaminhado ao relator, Isaac Antunes (PR), que tem até o final deste mês para apresentar seu voto.

Se for pela absolvição (arqui­vamento do processo), o voto será submetido apenas aos cinco inte­grantes do Conselho de Ética. Se for por sanções ou pela cassação do mandato de Villela, o relatório com a recomendação tem de ser apreciado pelo plenário da Câma­ra. Também são conselheiros Lin­coln Fernandes (PDT, presidente), Paulinho Pereira (PPS), Fabiano Guimarães (DEM) e Maurício de Vila Abranches (PTB).

Afastado do mandato de vereador desde 11 de agosto, Waldyr Villela apelou à Justiça e voltou a embolsar R$ 13.809,95 mensais, valor referente ao subsí­dio de parlamentar. Ele também tentou retornar à Câmara, mas decisão da 5ª Vara Criminal de Ribeirão Preto manteve o parla­mentar afastado de suas funções legislativas. Ariovaldo de Souza, o “Dadinho” (PTB), já assumiu a cadeira no Legislativo.

Ele já admitiu que aviava recei­tas, distribuía medicamentos e até fazia pequenas cirurgias. Além do Conselho de Ética da Câmara, da Polícia Civil e do Gaeco, também é investigado pelos Conselhos Re­gionais de Medicina (Cremesp) e de Odontologia do Estado de São Paulo (Crosp). A defesa nega as acusações, diz que ele não come­teu crimes e que o vereador afasta­do jamais agiu de má-fé.

Ele mantinha um ambula­tório na rua Romano Coró, no Parque Industrial Tanquinho, onde oferecia à comunidade uma série de serviços, além de tratamento dentário – Villela é formado em odontologia. Lá funcionavam centrais de doação de medicamentos, de cadeiras de rodas, de bengalas, de anda­dores, de óculos, de aparelhos auditivos e de enxovais para recém-nascidos. O vereador é investigado pela Polícia Civil e pelo Gaeco por exercício irre­gular da medicina (artigo 282 do Código Penal), uso de do­cumento falso (304), peculato (312), corrupção passiva e ativa (artigos 317 e 333) e associação criminosa (288).

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