Tribuna Ribeirão
DestaquePolítica

Projeto amplia o perímetro urbano

O prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) entregou na ma­nhã desta terça-feira, 17 de ou­tubro, ao presidente da Câmara de Vereadores, Rodrigo Simões (PDT), o projeto de revisão do Plano Diretor de Ribeirão Pre­to. Começa agora a corrida para a aprovação da proposta, o que deve ocorrer ainda neste ano. Pelos trâ­mites legais, os parlamentares têm 30 dias para apresentar emendas. Na sequência, a Comissão de Jus­tiça e Redação – a popular Co­missão de Constituição e Justiça (CCJ) – terá 45 dias para apre­sentar o relatório técnico.

A legislação prevê que a Câ­mara promova ao menos duas audiências públicas antes de votar o projeto. Simões acredita que seja possível votar a proposta ainda em 2017. Além de definir critérios para a preservação da Zona Les­te, onde ocorre o afloramento do Aquifero Guarani, ao estabelecer a preservação de no mínimo 35% da área de novos empreendimen­tos na região, a revisão traz uma série de inovações na tentativa de incentivar e facilitar o lançamento de conjuntos habitacionais volta­dos às famílias de menor renda.

A última revisão do Plano Diretor de Ribeirão Preto ocor­reu há 14 anos, em 2003. Perto de 500 pessoas estiveram presen­tes nas seis audiências públicas promovidas em setembro pela Prefeitura de Ribeirão Preto, que ao longo dos debates recebeu 242 sugestões da sociedade.

As 242 propostas foram feitas por e-mail, documentos entregues na Secretaria do Planejamento e Gestão Pública e diretamente nas audiências. Segundo a adminis­tração, 165 foram direcionadas ao Plano Diretor e 128 foram aco­lhidas totalmente, o que repre­senta 78% das sugestões feitas ao texto final – as demais foram acatadas parcialmente.

As sugestões versam sobre di­ferentes temas, como as Zonas Es­peciais de Interesse Social (Zeis), a cota de solidariedade, o perímetro de expansão urbana, a proteção do Aquífero Guarani e a previsão demográfica. A meta é que parte da legislação complementar seja concluída em um ano, começan­do pela Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, uma vez que a oriunda da revisão de 2012 foi considerada inconstitucional pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP). Mas as demais leis, como a do Mobiliário Urbano e o Códi­go do Meio Ambiente, devem ser aprovadas em até dois anos.

Ribeirão maior – A área urbana de Ribeirão Preto pode crescer 51% com a aprovação do projeto de revisão do Plano Di­retor. Atualmente, uma lei com­plementar de 2012 fixa a área urbanizada em 143,17 quilîome­tros quadrados e a de expansão urbana em 254,17 km², totali­zando 397,34 km² dos 650,91 km² do território do município. Basicamente, hoje a lei considera como perímetro urbano apenas a área interna ao Anel Viário.

Agora, com a revisão do Plano Diretor, o perímetro urbano au­menta para 277,60 km² e a área de expansão urbana cai para 147,30 km², totalizando 424,90 km² dos 650,91 km² do município. Ou seja, se pela lei de 2012 o perímetro ur­bano é apenas a área interna do Anel Viário, no novo Plano Dire­tor ela tem a configuração de um polígono, englobando as áreas já urbanizadas existentes em todas as zonas do município.

Outra novidade no projeto de revisão do Plano Diretor é a criação das Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis), as áreas es­peciais cuja destinação deve con­templar a produção de moradia voltada à população de baixa ren­da, estimulando-se mecanismos para as melhorias urbanísticas no local e entorno, as recuperações ambientais e a regularização fun­diária de assentamentos precários e irregulares, o incentivos a empre­endimentos de novas habitações de interesse social (HIS), garantin­do-se a dotação de equipamentos sociais, infra estrutura, áreas ver­des e de comércio e serviços locais, necessários para a sustentabilidade dos moradores da área.

De acordo com a proposta de revisão do Plano Diretor, a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo e/ou a Lei de Habitação de Interesse Social (HIS), que serão votadas em até dois anos, ou seja, ainda na atual administracão, vão estabelecer as regras para a polí­tica de utilização das Zeis como garantia de produção e oferta de habitação destinada à população de baixa renda.

Os empreendimentos proto­colados até a aprovação da refe­rida lei que estão inseridos nas Zeis demarcadas no Plano Dire­tor poderão continuar sua trami­tação com base na legislação em vigor. As regras definidas devem viabilizar a regularização fundiá­ria dos assentamentos precários existentes, ao mesmo tempo em que devem facilitar a produção de moradias de interesse social, mediante padrões urbanísticos mais populares, sempre com o cuidado de garantir condições de moradia digna.

Outra inovação do projeto de revisão do Plano Diretor, ain­da relativa a ocupação do solo e a questão das moradias populares, é a instituição das cotas de solida­riedade. Trata-se de um meca­nismo que busca a redução do déficit habitacional associado à possibilidade de melhoria da habi­tabilidade do espaço coletivo por meio de contrapartidas solidá­rias, com as quais se busca redu­zir os impactos ambientais, ur­banísticos e sociais produzidos por alguns empreendimentos.

Pela primeira vez o Plano Dire­tor estabelece diretrizes concretas de proteção ao Aquífero Guarani, assumindo que sua conservação vai muito além de permeabilidade do solo. São oito artigos específi­cos, com 25 parágrafos e incisos. “Ribeirão Preto terá uma das me­lhores regras de desenvolvimento urbano, habitações de interesse social, mobilidade urbana, respei­to aos recursos naturais, a preser­vação do Aquífero Guarani com um dos melhores regramentos de desenvolvimento sustentável sem prejuízo da recarga do aquífero e desenvolvimento social da Zona Leste”, diz o prefeito.

Postagens relacionadas

Crise no Turismo

Redação 1

Homem foi preso por roubar 18 kg de “pedra fel”

Redação 1

Morre atriz Lolita Rodrigues, aos 94 anos

Redação 2

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com