Tribuna Ribeirão
Política

A eleição mais acirrada de RP

Há 54 anos ocorria uma das mais acirradas disputas eleitorais para da história de Ribeirão Pre­to. Em 13 de outubro de 1963, foram realizadas as últimas eleições antes do golpe militar de 1964. O grande favorito era Paulo Gomes Romeo, primeiro diretor do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medici­na (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP). Apoiado por uma grande coligação, formada pelos partidos PSP-PTB-PSD­-PR, ele foi surpreendido por um jovem radialista de apenas 27 anos, que havia sido eleito ve­reador quatro anos antes.

Filiado ao PRP, Gasparini conseguiu o apoio de lideranças estudantis da USP, entre as quais o médico recém-formado Antônio Duarte Nogueira, e surpreendeu a todos vencendo o veterano e favorito Paulo Gomes Romeo por apenas 347 votos, num uni­verso de quase 50 mil eleitores.

Em 1996, Luiz Roberto Jábali (PSDB) venceu Sérgio Roxo da Fonseca (PT) por uma diferen­ça de 1.572 votos, num universo de 270,4 mil eleitores – 115.098 (47,25%) a 113.526 (46,6%). Se 800 eleitores tivessem mudado de lado no segundo turno, o pe­tista teria sido prefeito.

Além de ter sido bastante acirrada, a eleição de 1963 teve ainda um componente extra que tornou o pleito ainda mais emocionante. Naquela época, a eleição acontecia com os votos sendo registrados em cédulas de papel e o trabalho de apuração era muito demorado.

Para se ter uma ideia, aquela apuração durou nada menos que três dias, ao longo dos quais os dois candidatos – Paulo Gomes Romeo e Gasparini – reveza­ram na liderança. As rádios transmitiam 24 horas os bole­tins com os resultados parciais da apuração e os jornais, em suas manchetes, tentavam ante­cipar quem sairia vitorioso.

Em determinado momento, já próximo do final da apuração, consta que Gasparini chegou a parabenizar o adversário Paulo Gomes Romeo pela aparente vitória. Faltavam, então, apenas os votos das urnas do distrito de Bonfim Paulista. E com eles Gasparini virou o jogo e ganhou a eleição por apenas 347 votos – teve 12.746 votos, contra os 12.419 votos de Paulo Gomes Romeo (hoje nome de escola estadual e de bairro – o Jardim Paulo Gomes Romeo).

Nascia, então, a lenda de que “Bonfim Paulista decide a eleição para prefeito de Ribei­rão Preto”. Também partici­param daquele pleito os can­didatos Orlando Jurca (PTN), com 8.900 votos; Osvaldo de Abreu Sampaio (MTR-UDN), com 6.309 votos; Antônio Carlos Sant’Anna (PSB), com 3.309 votos e Ticiano Mazzeto (PDC), com 2.237 votos.

Aquela foi apenas a primeira passagem de Welson Gasparini pela Prefeitura de Ribeirão Pre­to – ele é o mais longevo entre os ocupantes do Palácio Rio Branco, tendo comandado o Executivo em quatro mandatos. Atualmente, aos 80 anos (nasceu em 1º de dezembro de 1936), cumpre mais um mandato de deputado estadual (PSDB). E a principal cadeira do Palácio Rio Branco é atualmente ocupada por Antonio Duarte Nogueira Júnior (PSDB), filho de Antonio Duarte Nogueira, diretor do De­partamento de Saúde de Gaspa­rini em seu primeiro mandato e seu sucessor no cargo de prefeito.

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