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O horário de verão

Instituída desde o verão de 1931, no governo de Getúlio Vargas, a primeira edição durou quase meio ano. De forma não contínua em todos estes anos, o horário de verão se firmou mesmo a partir de 1985, tendo, em média, de lá para cá, 120 dias. Apesar de muita gente não gostar, o programa é vantajoso para a economia do País, mesmo alcançando patamares não tão significativos, em termos de valores globais.

Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o último horário de verão produziu uma economia da ordem de R$ 162 milhões. Este valor foi obtido principalmente pela não necessidade de ligar algumas centrais termoelétricas pelo País, para garantir o fornecimento de energia nos horários de pico (tecnicamente “horário de ponta”). Mesmo sendo por algumas horas de não acionamento, a economia se deu também pelo não consumo de óleo diesel, matéria-prima essencial para tocar os geradores termoelétricos.

Funciona assim. A partir das 18h, nos dias úteis, considera-se a entrada do “horário de ponta”. A partir daí, muitas cargas elétricas começam a ser ligadas. São as luzes das ruas, das casas, chuveiros, televisores etc. Mesmo havendo a parada das fábricas e, consequentemente, a redução do consumo de energia por elas, há um pico de consumo e demanda por eletricidade que o sistema elétrico nacional se vê obrigado a completar a oferta de energia através de outras fontes.

Neste caso, e a principal, são as usinas termoelétricas. Elas, ao longo do dia, podem ou não estar conectadas ao sistema elétrico, mas com certeza farão parte no período de ponta. Como a geração desta energia é cara, pois sua matéria-prima não se renova (óleo diesel), diferentemente de uma usina hidrelétrica que tem como matéria-prima a água, o custo de se produzir na ponta para completar a oferta de energia é maior e onerosa, em todos os aspectos.

Quando o horário de verão é aplicado, desloca-se o horário de ponta para frente (uma hora adiantado) e se consegue aliviar um pouco a demanda por energia neste período. Segundo a ONS, esta redução varia entre 0,5% a 5%, dependendo da região.

Mesmo algumas pessoas acreditando que o valor economizado com o horário de verão não seja significativo, com esta economia poderia se construir mais de 115 creches no País, segundo o FNDE, ou 35 postos de saúde completos para cidades carentes deste tipo de serviço. Parece pouco?

Pensando em questão de economia, se durante o horário de verão os brasileiros adiantam os relógios em uma hora e podem aproveitar mais da luz solar no fim dos dias, então por que não estender isso para os outros dias do ano – não o horário, mas sim o aproveitamento da luz solar –, uma vez que o Brasil possui uma das maiores taxas de incidência solar do planeta?

Os resultados do horário de verão poderiam ser bem melhores se sua implantação fosse combinada com uma política de eficiência energética. Até quando teremos que ter como alternativa energética para os horários de ponta fontes de energia não renováveis e poluentes?

Um bom exemplo é a luz do sol. Já pensou que essa luz natural existe em nosso País, praticamente, todos os dias? Por que não ter, então, uma economia de energia nos 365 dias do ano e não apenas nos meses de calor? Pois é, essa energia renovável atende pelo nome Energia Solar Fotovoltaica.

A energia solar é hoje umas das fontes de energia elétrica mais promissoras e que recebem mais investimos no mundo. Dados da Bloomberg New Energy Finance mostram, entre algumas tendências para 2017, que os custos do sistema de energia solar devem cair em pelo menos 10% e que é o recurso que recebe mais investimentos na atualidade.

O motivo é simples: em 30 anos, teremos que dobrar a produção de energia do planeta e não temos recursos suficientes para isso, que não seja por meio de energias limpas como a energia eólica ou a solar. Além disso, as exigências internacionais por menos emissão de carbono são cada vez maiores e a energia solar pode proporcionar esse benefício.

Para os que moram em condomínio, a instalação de um sistema de energia solar fotovoltaica é também uma ótima opção para torná-lo mais sustentável e, principalmente, para quem está realizando cálculos de como economizar no dia a dia. Segundo especialistas, a energia elétrica é o segundo item que mais impacta no valor da taxa condominial, depois das despesas com mão de obra – de 10% a 17% do custo condominial. A energia solar fotovoltaica pode reduzir esse impacto, uma vez que reduzirá os custos com energia elétrica em até 95%.

E como cada caso é um caso, segue um exemplo para você entender o quanto consegue economizar ao instalar um sistema de energia solar fotovoltaica: se sua conta de energia for de R$ 300,00 todos os meses, para ver como o sistema de energia solar fotovoltaica compensa financeiramente multiplique esse valor por sete anos.

Ou seja, aproximadamente R$ 21 mil. Pense que o investimento inicial de um sistema fotovoltaico é bem próximo desse valor, mas que, após esse início, você terá 100% do retorno de investimento dentro dos mesmos sete anos, e ainda estará livre dos aumentos abusivos por mais de 25 anos, tempo médio de vida útil dos painéis fotovoltaicos. Quem já optou pelo uso dessa energia alega duas razões: sustentabilidade, já que aqui temos sol quase todos os dias e o sistema que se paga em torno de cinco anos e, ainda, valoriza seu imóvel.

Por isso que o uso de energia renováveis, como a energia solar fotovoltaica, em residências e empresas em larga escala pode reduzir a carga nos sistemas de geração de energia da rede elétrica, possuindo ainda a vantagem de deixar a conta de luz mais barata para o consumidor final.
Bacana, não é mesmo?

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