Tribuna Ribeirão
Política

Dodge dá parecer por manter presos Joesley Batista e Saud

Afirmando que o empresário Joesley Batista tem “impulso vol­tado a praticar crimes capazes de aumentar o seu poder econômi­co”, a procuradora-geral da Re­pública, Raquel Dodge, enviou parecer ao Supremo Tribunal Fe­deral (STF) a favor da manuten­ção da prisão preventiva do dono do Grupo J&F e do ex-executivo do grupo, Ricardo Saud. O rela­tor Edson Fachin, que determi­nou a prisão, pediu a opinião da Procuradoria-geral da República depois que os investigados recor­reram dessa decisão.

Dodge afirmou que a soltura de ambos traria risco à investi­gação e à instrução criminal, à ordem pública e à aplicação da lei penal. Afirmando que Joesley é “integrante de organização cri­minosa dotada de elevado pode­rio econômico”, a procuradora­-geral destacou que há suspeita de Joesley ter se valido de infor­mações privilegiadas para fazer operações no mercado financei­ro, afirmando que o empresário tem “impulso voltado a praticar crimes capazes de aumentar o seu poder econômico”.

“Há claras evidências de omissão de fatos graves, do ajustamento de depoimentos e declarações, além da apresenta­ção de provas e fatos ainda não revelados às autoridades, ape­nas no momento mais oportu­no para defesa”, disse Dodge.

“Não se pode olvidar, tam­bém, que o grande poder econô­mico do recorrente – que conta com propriedades, contas e re­sidência no exterior – evidencia uma clara possibilidade de ocul­tação de bens e provas no estran­geiro, além de um fundado risco de fuga, o que representaria em­baraço evidente à aplicação da lei penal”, disse Dodge sobre Joesley.

“Os fatos de que se tem no­tícia são gravíssimos, o caso é emblemático e sem precedentes na história do País, de forma que as investigações devem ser conduzidas com seriedade e cer­cadas de extrema cautela pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário. Não há espaço para incertezas”, assinalou.

Dodge afirmou, ainda, que há indícios de omissão intencional, premeditada e de má-fé de fatos, incluindo sobre a participação de Marcello Miller enquanto ainda era procurador da República.
As evidências encontradas não dizem respeito apenas à pos­sível atuação ilícita do ex-Pro­curador da República Marcelo Miller, o áudio e seu conteúdo de­monstram, também, que os cola­boradores estão agindo de forma orientada e que seus depoimen­tos buscam esclarecer de forma homogênea apenas os fatos que lhes interessam expor.

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