O violonista, cantor e compositor Jards Macalé, um dos artistas mais importantes da história da música brasileira, estará em Ribeirão Preto neste sábado, 7 de outubro, para apresentar alguns de seus sucessos. O show será às 22h, no Armazém Baixada, na Rua Duque de Caxias, 141, Centro Histórico. Os ingressos estarão à venda no local e custam entre R$ 30 (para compra antecipada nos pontos de venda) e R$ 35 na bilheteria do espaço, que tem estacionamento interno (R$ 10).
Não é permitida a entrada com bebidas alcoólicas e a apresentação de documento que comprove a idade – cédula de identidade (RG) ou Carteina Nacional de Habilitação (CNH) – é obrigatória. O espetáculo é estritamente proibido para menores de 18 anos. Os ingressos antecipados estão à venda na Housemix Mega Store – Rua José Bonifácio, 272, ou Mariana Junqueira, 1.035, Centro (telefone 3632-3629) –; Davi Gabarra Tattoo – Rua Florêncio de Abreu, 1.818, Vila Seixas (3289-7363) –; e Retroq (Vicente de Carvalho, 597, Vila Seixas (99331-8379). O pagamento pode ser feito com cartões de crédito e débito.
Com mais de 50 anos de carreira e 17 álbuns lançados, Jards Macalé atuou como arranjador e músico dos baianos Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia. Foi solicitado por Caetano em seu exílio londrino para produzir, fazer a direção musical, arranjar e tocar em seu disco “Transa”, um marco de sua carreira.
Ficou conhecido do público em 1969, quando subiu ao palco do Maracanãzinho, no IV Festival Internacional da Canção, para interpretar “Gotham City”, subvertendo a ordem musical, cênica e comportamental no seu limite. Fez um “happening”, tão em voga na época, sem precedentes. Misturou cinema, história em quadrinhos, teatro, música, artes plásticas e poesia. O que muita gente não compreendeu é que Macalé estava sendo mais Macalé que nunca.
Em 1973, realizou o memorável show “Banquete dos mendigos”, ao lado de artistas como Raul Seixas, Paulinho da Viola, Chico Buarque e outros. Aproveitando-se das comemorações do 25º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, reuniu seus pares para também protestar contra a ditadura militar. A obra de Jards Macalé, além das suas originalíssimas interpretações, ganhou cores nas vozes de uma infinidade de artistas como Nara Leão, Elizeth Cardoso, Maria Bethânia, Adriana Calcanhotto, Frejat, Luiz Melodia e outros.
Jards Anet da Silva, ou Jards Macalé, ou Macao, ou, ou, ou. Cada nome ou epíteto deste artista sem par na música brasileira poderia contar uma história diferente, tamanha a abrangência de sua obra, de suas parcerias, de suas andanças por todos os setores da arte. Muitos adjetivos também se repetem quando falamos de Jards: moderno, irreverente, inquieto, sedutor.
O fato é que ele é um dos artistas mais genuínos que a música brasileira já produziu. Não foi à toa que o grande sambista Moreira da Silva lhe passou o chapéu, em sinal de respeito, ao ver no músico um herdeiro de seu humor e de seus breques. Não foi por acaso, também, que as novas gerações procuram nele um exemplo de independência e originalidade, duas de suas maiores virtudes como artista.
Além do relançamento em vinil, em 2012, de seu primeiro álbum “Jards Macalé”, de 1972, em 2016 foi lançado uma caixa com quatro de seus primeiros discos pelo selo Discobertas – o já citado “Jards Macalé” (1972) e “Aprender a nadar” (1974), além de duas compilações de fonogramas raros e inéditos. Em 2015, o artista também gravou seu primeiro DVD ao vivo, dirigido pela cineasta Rejane Zilles, no Theatro São Pedro, em Porto Alegre.
A obra teve a participação de Luiz Melodia, Zeca Baleiro, entre outros. O registro apresenta Macalé com sua vigorosa banda, formada por seis jovens músicos: Anderson Ferraz (trompete), Thiago Queiroz (sax e flautas), Victor Gottardi (guitarra), Ricardo Rito (teclados), Thomas Harres (bateria e percussão) e Pedro Dantas (contrabaixo).
Também teve sua vida e obra retratada nos filmes “Jards Macalé – Um morcego na porta principal”, de João Pimentel e Marco Abujamra, de 2008, e “Jards”, de Eryk Rocha, de 2012, ambos premiados no Festival do Rio de Janeiro, além do curta “Tira os óculos e recolhe o homem”, de André Sampaio. Recentemente, atuou em “Big jato”, de Claudio Assis, e compôs também a música que encerra o filme, em parceria com o DJ Dolores.