Por Renata Okumura
Em estado de greve há duas semanas em todo o País, os funcionários dos Correios realizaram nesta quarta-feira, 4, uma manifestação na região central de São Paulo. Os manifestantes fecharam parcialmente a Avenida Paulista no começo de tarde e, por volta das 13h, seguiam pela Avenida Consolação em direção ao Vale do Anhangabaú.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a Polícia Militar (PM) acompanhavam a manifestação, que seguia pacífica. Parte da avenida Consolação, no sentido do Centro, foi bloqueada para carros.
A greve acontece por um impasse na negociação salarial para o próximo ano base, que começou em agosto último. Os Correios oferecem a manutenção de benefícios e 3% de reajuste em salários, que passariam a vigorar a partir de janeiro de 2018.
Os trabalhadores, por sua vez, pedem 10% de aumento nos benefícios e reajuste de R$ 300 nos salários, equivalente a cerca de 18% de aumento para o piso da categoria, que hoje é de R$ 1.613.
Para o manifestante Robson Carvalho, carteiro há 11 anos, a luta da categoria é por mais direitos trabalhistas. “Para suprir rombo (de receita da empresa), os Correios estão demitindo. Não acho justo. Além disso, estão cortando plano médico de familiares”, reclamou o funcionário.
A greve dos funcionários dos Correios, que atinge todo o País, começou no dia 20 de setembro. Trabalhadores também reforçam que são contra a privatização da estatal. “Os nossos direitos não podem ser tirados. Queremos nossos benefícios e não queremos a privatização”, disse André Luiz que participava da manifestação
Além do protesto, uma audiência de conciliação será realizada nesta quarta-feira, às 16h, no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, entre os Correios e as federações que representam os funcionários da estatal.
Em 28 de setembro, o vice-presidente do TST, Emannoel Pereira, no entanto, declarou a greve abusiva.
Em São Paulo, mutirões foram realizados aos fins de semana para diminuir o estoque de entregas que ficou acumulado nas agências em razão da paralisação.