Na contramão do comportamento verificado no País e no Estado de São Paulo, a região de Ribeirão Preto, assim como o município-sede, registraram aumento na arrecadação de impostos federais no mês de julho, em comparação ao montante arrecadado no mesmo período de 2016. É o que mostra o Boletim Termômetro Tributário, do Centro de Pesquisa em Economia Regional e da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Ceper/Fundace).
Os municípios da região de Ribeirão Preto registraram em julho deste ano arrecadação total de R$ 439,316 milhões em impostos federais, montante 8,7% superior ao arrecadado em julho de 2016. Verifica-se aumento significativo na arrecadação do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) em 21,6% e uma diminuição de 15,3% na arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
A cidade de Ribeirão Preto apresentou comportamento semelhante ao observado na região. A arrecadação atingiu a marca de R$ 233,524 milhões, valor 6,2% superior ao arrecadado em julho de 2016. Houve aumento de 26,9% para o IRRF, 6,1% para o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e 4,1% para a Contribuição Social para o Lucro Líquido (CSLL), além de queda de 6% para a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), 5% para os programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e 1,3% para o IPI.
No Estado de São Paulo, o total de impostos federais arrecadados em julho atingiu a cifra de R$ 29,515 bilhões, valor este 8,1% inferior ao observado no mesmo mês de 2016. As rubricas apresentaram os seguintes resultados: IPI (crescimento de 8,8%), IRRF (crescimento de 1%), IRPJ (queda de 23,3%), CSLL (queda de 19,5%), Cofins (queda de 8,4%) e PIS/Pasep (queda de 4,2%).
Em nível nacional, a arrecadação registrada em julho de 2017 foi a mais baixa para o mês dentre os últimos cinco anos. O montante arrecadado, de R$ 72,040 bilhões, é 2,6% inferior ao observado no mesmo mês de 2016. Analisando-se as principais rubricas, os valores apontam para aumentos nas arrecadações do IPI e do IRRF iguais a 14,2% e 6,7%, respectivamente. Por outro lado, as arrecadações da CSLL, do IRPJ, da Cofins e do PIS/Pasep apresentaram queda de 21%, 17,2%, 4,6% e 2,2%, respectivamente.
O pesquisador Sérgio Sakurai, coordenador do estudo sobre os tributos, aponta que os principais responsáveis por esse resultado foram o IRPJ e o CSLL, cujo decréscimo real de 21,10% se deveu majoritariamente à queda real de 40,51% na arrecadação referente ao pagamento mensal por estimativa, tendo por base a presunção de lucro.
Outra variável que ajuda a entender esta queda é o resultado do setor de serviços que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou em julho um recuo de 0,8% frente ao mês de junho. No acumulado de 2017, a contração no volume de serviços prestados é ainda mais significativa: 4%. Ainda segundo o IBGE, a produção industrial mostrou variação positiva de 0,8% em julho em relação ao mês anterior. Porém, no acumulado de 12 meses, o setor ainda opera em queda (-1,1%), mas com recuperação no acumulado de 2017 (0,8%).