Caio Meneghetti Fleury Lombard, hoje com 28 anos, vai a júri popular nesta terça-feira, 3 de outubro, acusado de tentativa de homicídio. Em fevereiro de 2008, quando era estudante de Direito e morava em Ribeirão Preto, ele invadiu um posto de combustíveis, na Avenida Independência, e atropelou o frentista Carlos Alaetes Pereira Silva.
A audiência será no Salão do Júri do Fórum Estadual de Justiça de Ribeirão Preto. Nove testemunhas vão participar – sete de acusação e duas de defesa. Entre as pessoas que serão interrogadas estão o próprio frentista e um motorista que também ficou ferido. Em 2012, ao aceitar os argumentos da acusação para levar Lombard a júri popular, os desembargadores da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) desqualificaram o crime como sendo hediondo.
À época, o caso ganhou repercussão nacional depois que foram divulgadas imagens feitas pelas câmeras de segurança do estabelecimento, que flagraram o atropelamento. Fleury Lombard responde ao processo em liberdade – ele estaria morando em São Paulo. A acusação afirma que Caio Meneghetti Fleury Lombardi, à época com 19 anos, dirigia o veículo embriagado e assumiu o risco de matar ao volante. Ele foi denunciado por dupla tentativa de homicídio, já que teria causado ferimentos graves no frentista e no motorista do carro estacionado.
O caso aconteceu no dia 11 de fevereiro de 2008. As imagens das câmeras do posto na Avenida Independência mostram o momento em que o veículo invadiu o estabelecimento, arrancou uma das bombas, atropelou o frentista e bateu em outro carro estacionado. Ainda segundo a acusação, Lombard teria tentado fugir do local, acelerando o carro enquanto a vítima estava presa embaixo dele.
No veículo, a polícia encontrou quatro frascos de lança-perfume e bebida alcoólica. O estudante foi submetido a testes toxicológicos, que constataram a embriaguez. Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), a dosagem alcoólica apontou taxa de 0,85 grama de álcool por litro de sangue, enquanto o máximo permitido era de 0,60 grama por litro de sangue.
Em depoimento à polícia, Lombard afirmou que na manhã do dia do acidente havia ido a uma universidade de Ribeirão Preto para realizar a matrícula e foi surpreendido por um grupo de veteranos que aplicava um trote nos calouros. Ele disse que foi levado para avenidas da cidade para pedir dinheiro aos motoristas e obrigado a beber o dia todo. À noite, Lombard teria retornado à universidade para levar três veteranos para a casa deles.
Por causa do excesso de bebida, o estudante alegou que se sentiu mal e que perdeu a consciência. Ele só percebeu o que tinha acontecido quando já estava dentro do posto de gasolina. O frentista Carlos Alaetes Pereira Silva foi internado em estado grave no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, onde permaneceu por 20 dias, parte deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele sofreu traumatismo craniano e queimaduras pelo corpo. Após passar por um processo de reabilitação que durou cerca de seis meses, Silva voltou a trabalhar no mesmo posto. Ele entrou com uma ação contra o estudante que causou o acidente e foi indenizado.