Tribuna Ribeirão
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Falta bom senso porque falta conhecimento

Vamos armar o cidadão; criminalizar o funk; trazer de volta os militares ao poder; retirar a educação sexual dos livros escolares… Quanto mais distante da cultura, mais hipócrita e esquizofrênica se torna a sociedade. Mas não há nada de novo sob o sol. Há quem acredita que o holocausto não existiu; quem defende o ódio à diversidade; quem queima livros e destrói patrimônios culturais milenares em nome de uma religião.

Em nome da moral e dos bons costumes, a evolução sempre foi confrontada pelos imbecis. Pra não morrer, Galileu Galilei “desdisse” que a terra era redonda; agricultores perderam suas terras para a igreja, para não morrer na fogueira ou no tambor de azeite quente. Voltaire, Baudelaire, Flaubert e tantos outros gênios, foram julgados em Cortes de ninguém.

Em exemplos mais prosaicos, já se tentou criminalizar o samba; Elvis não pode “rebolar” em um programa de TV e foi filmado da cintura pra cima; Jim Morinson foi convidado a mudar o refrão “Come on baby, light my fire” (felizmente não cumpriu a promessa ao diretor de TV); Roberto Carlos foi acusado de distorcer os valores morais da juventude e, defendido por Sílvio Santos foi – ufa – absolvido. Tudo ao vivo pelas câmeras de TV…

São tantos exemplos.

Felizmente o tempo passa e como um honrado gari, varre para seus os devidos cantos a hipocrisia; o pensamento pequeno e o papel higiênico usado. Ficam para a história – queiram ou não os santos e os demônios -, entre tantos, gente como Galileu, Voltaire, Flaubert e o Elvis, claro, que morreu há 40 anos completados mês passado e faz uma falta danada.

Por aqui, com o exemplo dos malditos livros escolares, apanham agora das plateias incendiadas (alguém se lembra do povo pedindo ao imperador que o gladiador vencido seja “finalizado”?), mas certamente seguirão sem o banimento da história, os vereadores Luciano Mega, Adauto Marmita, Jorge Parada e Marcos Papa – ele mudou de opinião e ontem votou contra. Parabéns pela coragem.

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