A estudante de odontologia Beatriz Pires Cardoso, de 19 anos, morreu por volta das 22h40 de domingo, 24 de setembro, vítima de um acidente dentro da Santa Casa de Barretos. Ela havia sido internada no local no dia 16 deste mês devido à queda de um cavalo em Bebedouro, tendo passado por uma cirurgia no dia seguinte. Segundo a família, ela estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas se recuperava bem de um traumatismo craniano. A situação, porém, teria se agravado no dia seguinte após um aparelho de videomonitoramento cardíaco cair sobre a sua cabeça. A estudante então acabou não resistindo e faleceu, sendo seu sepultamento realizado na tarde desta segunda-feira (25).
A família procurou a Polícia Civil, que registrou inquérito para apurar se houve negligência médica e quem seria o responsável. O delegado Antônio Alício Simões Júnior conta que o caso foi registrado como homicídio culposo, mas aguarda laudos periciais e exames do Instituto Médico Legal (IML) que ajudarão a esclarecer o que aconteceu dentro do hospital. “Precisamos saber, por exemplo, se o aparelho estava em local seguro”, explica. A Santa Casa de Misericórdia de Barretos confirmou o óbito da estudante, mas sem entrar em detalhes. A instituição informou apenas que “colaborará com as autoridades para apuração completa de todos os fatos”.
“A perícia vai identificar o que ocorreu, se alguém puxou o aparelho, é isso o que a gente questiona. As circunstâncias da queda eu não sei ainda”, afirma o delegado. O pai de Beatriz procurou o 1º Distrito Policial na última semana, relatando que a filha havia sofrido um tombo durante uma cavalgada em Bebedouro na tarde de 16 de setembro. A jovem foi atendida no pronto-socorro do convênio médico, onde exames constataram traumatismo craniano.
Ela foi transferida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Bebedouro e novos exames confirmaram o diagnóstico. Simões Júnior contou que a estudante foi então levada à Santa Casa de Barretos, passou por mais exames e acabou sendo submetida a uma cirurgia na madrugada do dia 17. Em seguida, a jovem foi internada na UTI.
“No outro dia, no período da tarde, os pais foram visitá-la. Muito embora ela estivesse sedada, reagia aos estímulos. Naquela noite, o aparelho de monitoramento instalado sobre a cama caiu na cabeça dela. Ela passou por nova cirurgia e foi colocada em coma induzido”, diz o delegado, que agora quer identificar o médico da UTI, quem era o corpo de enfermagem naquela noite, para ver a responsabilidade de alguém, e aguardar os laudos.