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AMOR POR CONTRATO – Região já tem 752 ‘sugar babies’

Elas são estudantes univer­sitárias e querem luxo. Eles são maduros e com grana no bolso. É com essa mistura que sites bra­sileiros de relacionamento ofere­cem opções bem modernas para quem sonha em ingressar no en­sino superior e não possui verba para bancar o curso.

Em busca do diploma, algu­mas universitárias estão buscan­do novas formas efetivas, mas não muito convencionais para custear a faculdade. Elas são as “sugar babies”, bancadas pelos “sugar daddies” (homens madu­ros e bem-sucedidos). A CEO do Universo Sugar,Luana Bezer­ra, de 27 anos, informa que na região de Ribeirão Preto há 752 universitárias cadastradas (leia entrevista nesta página).

Ana Silva (todos os nomes citados nesta reportagem são ficitícios), 28 anos, estudante do curso de agronegócios no Centro Universitário de Marin­gá (Unicesumar), no Estado do Paraná, tem a faculdade paga por um empresário paranaense do ramo imobiliário, de 60 anos. “Meu pai pagou a matrícula e a primeira mensalidade, e meu ‘sugar daddy’ banca a mensali­dade do curso, minhas contas e tudo que nos envolve”, declara.

Já Camila Cavalcante, de 22 anos, é estudante de psicologia da Universidade Paulista (Unip) de Goiânia. A jovem que já vi­veu um relacionamento de oito meses com um ‘sugar daddy’ conta que só conseguiu ingres­sar no ensino superior graças a ele. Entretanto, o relacionamen­to terminou. Sem condições de arcar com o curso, a jovem trancou a matrícula. Questiona­da sobre a possibilidade de con­seguir uma bolsa de estudos ou alguma linha de financiamento com um banco, lamentou. “Está mais fácil conseguir um ‘daddy’ do que uma bolsa no Fies (Fun­do de Financiamento Estudan­til)”, queixa-se.

Talita Guedes, de 26 anos, mora em São Paulo, na região do ABC Paulista, e estuda me­dicina veterinária no Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). A estudante tem suporte finan­ceiro nos estudos. Congressos, palestras, livros e transporte são bancados pelo proprietário de uma Clínica de Fisioterapia de São Paulo.

Os sites de relacionamen­to “sugar” aos poucos ganham popularidade no Brasil. A rede social Universo Sugar, com sede em São Paulo, está há seis meses no ar e já conta com cerca de 120 mil acessos nacio­nais. Segundo o site, o público majoritário é feminino, sendo 71% de mulheres e 29% de ho­mens. Há, ainda, blogs de ga­rotas que dão dicas de como se tornar uma “sugar baby”, como se comportar e até de como ser mimada por seu “sugar daddy”, o que deve pedir a ele e como fazer o pedido.

De acordo com os dados levantados pela plataforma, o público em sua maioria é de es­tudantes de faculdades (43%), seguido de estagiárias em algum segmento (18%), profissões liga­das à área de saúde (16%), pro­fissões ligadas à área de humanas (7%), profissões ligadas à área de exatas (3%) e profissões ligadas a outros segmentos ou não qui­seram informar (13 %). A CEO revela que muitos homens de outros países procuram as brasi­leiras. Segundo Luana Bezerra, há histórias de meninas que viajam até para outras países para encon­trar os “sugar daddies”.

O Universo Sugar ainda não registrou casos em que o rela­cionamento por contrato tenha avançado para o altar. “Até agora não temos nenhuma história de casamento, as histórias mais co­muns são os suportes para facul­dades que as meninas recebem, viagens etc.”, diz a CEO Luana Bezerra. “Hoje estamos lançando a primeira loja virtual do Brasil, com produtos exclusivos da mar­ca do site, com camisetas para ho­mens com frase ‘procura-se uma sugar baby’.” e para a mulherada ‘procura-se um sugar daddy’.”

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