Tribuna Ribeirão
Geral

Larga Brasa

PELOS BAILES DA VIDA
Em tempos passados a nossa cidade era uma comunidade boêmia e os jovens e profissionais das mais variadas áreas da comunicação, bem como os estudantes de algumas faculdades que já se faziam presentes viviam muito na noite. Nos finais de semana já a partir das quintas feiras alguns bairros onde os bailes populares eram realiza­dos ”ferviam” dos jovens e dos papos nem tanto cabeça.

OS BAILES MAIS BADALADOS
Os salões de bailes mais badalados no estilo pop eram os do ‘Paulis­ta’, Campos Elíseos, avenida da Saudade , onde sempre a noite ter­minava no bar Três Garçons. O salão ficava lotado e todos se conhe­ciam. Outro bastante procurado, entre Campos Elíseos e Ipiranga era o ”Esquesito”, onde funcionava o verdadeiro ”pistão de gafieira” (quem está fora não entra e quem está dentro não sai)… e o pistão sempre tocava mais alto para a Polícia não manjar, como diz a musica. Eram constantes as ocorrências policiais neste último.

NO IPIRANGA
No bairro do Ipiranga havia o ”Palmeirinhas” muito procurado pe­los candidatos em épocas como as atuais. O Beton, presidente do Clube fazia às vezes da casa. Lá se comia um frango muito bem feito por famosas cozinheiras as quais trabalhavam nas ”casas dos ricos” da 9 de Julho para cima.

AREA CENTRAL
Na área central havia a UGT, União Geral dos Trabalhadores, onde o pessoal era de respeito e muitos costumavam frequentar também buscando lastro político e alguma coisa a mais que sobrava no ful­cro da madrugada. Quem não conseguia companhia depois do baile comparecia ao Bar do João, na Saldanha Marinho, onde os radialistas e intelectuais da noite faziam suas tertúlias literárias ou não. Era co­mum encontrar o falecido ‘Salgadinho’ que fez sucesso na Globo, Ro­gério Cardoso se abastecendo com um sanduiche ”Penha-Lapa” que o João, o ”Rei Momo” da época preparava para ele e para seus colegas.

VILA VIRGINIA
Na Vila Virginia, em plena rua Guatapará havia um salão que, por maldade de alguns, era denominado erradamente de ‘puxa teta’. Não era objetivamente um baile família, mas muitos que ali fre­quentavam eram trabalhadores e trabalhadoras.

SANDUÍCHES
Pela madrugada ainda funcionavam, no centro, o ‘Pernil de Ouro’, que fazia um sanduíche de pernil de abrir o comércio a meia­-noite. Outro bar sanduicheiro que era bastante procurado era do Nagib, onde todos se encontravam para um papo com o ”Zuino” e com o próprio Nagib que faziam um sanduíche onde havia mais carne que pão. A amizade e a tranquilidade da cidade daqueles tempos cuidavam da segurança dos que gostavam da noite de Ribeirão, patenteada por Luiz Vieira, ribeirão-pretano de papel passado pela Câmara com os seus versos ”Sou de Ribeirão, sim senhor…” Bons tempos aqueles.

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