Tribuna Ribeirão
Economia

Tarifa branca vai começar em 2018

Clientes que mudarem o horário de maior consumo de energia da noite para o dia pode­rão pagar uma conta de luz mais barata a partir do ano que vem. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu manter o início da vigência da tarifa branca em janeiro de 2018. A estimativa é que seja possível gastar entre 10% e 20% a menos.

A tarifa branca é um regime tarifário que considera o horário do consumo para definir o preço da energia. Atualmente, o consu­midor paga o mesmo valor pela energia em qualquer horário do dia, seja manhã, tarde, noite e madrugada. Com a tarifa bran­ca, a energia fica mais cara por três horas no momento em que a rede é mais demandada: dias de semana, no início da noite, nor­malmente entre 18 e 21 horas.

Uma hora antes e uma hora depois do horário de ponta, o custo será intermediário; e nos demais horas do dia, ela será mais barata. Nos fins de sema­na, não haverá essa diferencia­ção. Cada empresa tem suas especificidades. O início da noi­te concentra um consumo de energia mais elevado, pois é o horário em que as pessoas nor­malmente voltam para casa do trabalho e tomam banho. Além do chuveiro elétrico, o ar con­dicionado é um dos itens que mais consomem energia.

Para ter acesso à tarifa bran­ca, é preciso solicitar a migração para a distribuidora. Essas em­presas terão 30 dias para insta­lar um novo medidor, capaz de verificar o consumo de acordo com o horário. Não haverá custo para o consumidor. Inicialmen­te, apenas aqueles com consumo acima de 500 quilowatts-hora (kWh) por mês poderão solici­tar o serviço, além de ligações de novos clientes. A Aneel estima que esse grupo represente 4,5 milhões de clientes.

A partir de janeiro de 2019, aqueles com consumo superior a 250 kWh por mês poderão migrar, ou cerca de 15,9 milhões de clientes. A partir de janeiro de 2020, qualquer pessoa poderá solicitar a migração para a tarifa branca. Em média, uma família brasileira consome cerca de 150 kWh mensais. A Associação Na­cional de Distribuidores de Ener­gia Elétrica (Abradee) havia soli­citado um adiamento na vigência da tarifa branca, mas o pedido não foi aceito pela Aneel.

As empresas temem perder receitas com a adesão de clientes que, por coincidência, já conso­mem pouca energia no horário de ponta. Antes de migrar para a tarifa branca, o consumidor deve analisar se consegue efeti­vamente se adequar ao sistema. Caso seja difícil mudar o horá­rio do banho para o dia ou para a madrugada, será mais barato permanecer no regime atual. A mudança é opcional.

A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor Proteste alerta os consumidores para não decidirem pela tarifa branca no impulso. De acordo com a enti­dade, a tarifa branca deve reduzir em 17% o valor da energia fora do horário de ponta. Porém, no horário de ponta, a energia deve ficar 84% mais cara. “Ela pode ser uma armadilha para muita gente, principalmente para as pessoas que passam o dia todo fora de casa”, diz a entidade, em seu site.

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